A última banda a pisar o palco Hidromel Lucitanea em 2023 foram os norte-americanos Midnight e o seu black/speed metal – ênfase em “speed”. Athenar pode ser o cérebro deste projecto, mas todos os olhos estavam voltados para o guitarrista Commandor Vanik, que correu, saltou e esbracejou com uma energia de fazer inveja aos coelhinhos da Duracell.
“Let There Be Witchery” saiu o ano passado mas a banda está a celebrar o seu 20º aniversário pelo que o repertório percorreu toda a discografia, destacando-se “All Hail Hell!”, “You Can’t Stop Steel”, “Satanic Royalty” e “Unholy And Rotten”.
E quando pensamos que os Serrabulho não podem surpreender mais, eles trazem consigo alguns convidados improváveis (ou talvez não…). Os mais notórios foram Jorge Neto, que volta a vestir a pele de Rato (personagem da trilogia “Balas e Bolinhos”) para ajudar à festa, tanto com as apresentações (“a Banda Eva”) como a “cantar” o novo tema “E Pudesse Eu Cagar De Outra Forma”, e Alda Casqueira Fernandes, a cantora de música infantil que, dado o refrão da sua “O Gato Pompom”, encaixou na perfeição o resto do alinhamento dos Serrabulho. Mesmo que o grindcore não seja o género mais popular, o gosto pela boa disposição é universal, e se não fosse tão tarde, talvez mais pessoas tivessem assistido e feito rodinhas no meio da espuma; ainda assim, foi um registo mais numeroso que na edição de 2022.
Duas vezes não constitui tradição, pelo não sabemos qual será o grand finale em 2024. Aliás, na conferência de imprensa com a organização e um representante do Município, que teve lugar antes do concerto dos Imperial Triumphant, foi anunciado que o festival iria assumir um formato diferente – ainda não era certo qual, mas garantidamente diferente. E não estavam a falar da alteração dos habituais quinta-sexta-sábado para sexta-sábado-domingo (o que acontecerá devido ao calendário dos Blind Guardian).
Seja o que for que aí vem, será com toda a certeza bem acolhido, como o é desde 2016.
🖋 📸 Renata Lino
