MEO Sudoeste… Vila Santa Casa com nova programação

Este ano a aposta da programação do palco Vila Santa Casa é na Música com vertente de intervenção social, envolvendo a comunidade local e os festivaleiros. Se na edição passada as artes performativas foram o grande destaque da estreia da Vila Santa Casa no MEO Sudoeste, na edição de 2018 é a Música que estará em destaque também neste palco. 

Depois de várias edições apostando nos novos talentos da Música nacional, e de no ano passado ter aberto as portas à inclusão de novas áreas de expressão artística, tendo trazido para o MEO Sudoeste as artes performativas e o estímulo à ligação criativa com o ambiente natural da Costa Vicentina, a Santa Casa, enquanto mecenas e impulsionador dos artistas portugueses, aposta agora na Música com cariz de intervenção social, mantendo bem viva a sua vertente de ação social. A Vila Santa Casa pretende dar, construir e criar memórias de um espaço de partilha em comunidade, através de um espaço onde se promove o cruzamento entre práticas artísticas e inclusão social. Na Vila Santa Casa todos têm lugar, e tanto a comunidade local como os festivaleiros, serão chamados a participar e a dar o seu contributo. Este ano, foram desafiados alguns artistas relevantes com projetos de intervenção social, a trazê-los para o Festival. São eles: Capicua, Francisco Rebelo e XEG.

Marco Vieira desenvolve Oficinas de Viola Campaniça, Cavaquinho, Percussões e Cante. O objetivo é dar uma música em cada Oficina para que os “alunos” possam aplicar todas vertentes musicais ao mesmo tempo e possam aplicar os exercícios numa cantiga, aprendendo a tocar e a cantar, enquanto adquirem conhecimentos sobre a região.

Gonçalo Condeixa, artista plástico bastante eclético, tem-se dividido entre a pintura, escultura, ilustração e instalação. O artista residente em Odemira propõe-se a trabalhar dois dos contentores anexos à Vila Santa Casa em conjunto com um grupo de jovens artistas composto por alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Odemira, e festivaleiros, criando ligações entre comunidades, entre as ‘Tribos’.

O tema “A Forma do Som”, como o próprio nome indica, pretende trabalhar plasticamente diferentes sonoridades e ritmos musicais. Para tal, o ponto de partida será a obra do artista plástico Wassily Kandisky e o seu livro: Do Espiritual na Arte. Na obra deste artista podemos observar a forma como ele interpreta a relação encontrada entre a música e a pintura.

A Vila Santa Casa conta este ano com a curadoria de uma programação artística focada na Música com ligação à intervenção social, cujos curadores são Capicua, Francisco Rebelo e XEG. A programação consiste em apresentações e atuações diárias de cada projeto.

 

8 de agosto – Curadoria XEG | Animação em Acção

Animação em Acção é o nome do projeto apresentado por XEG, onde diariamente se concretizam um conjunto de atividades lúdico-pedagógicas com uma equipa do Chapitô, com crianças e jovens internos em Centros Educativos da Direção Geral de Reinserção Social, pertencente ao Ministério da Justiça. O projeto teve início no Centro Educativo da Bela Vista, alargando-se, mais tarde, ao Centro Educativo Navarro de Paiva.

A equipa responsável pelo projeto Animação em Ação, que assenta num programa de orientação pedagógica de efeito integrador, com vista a responder às necessidades dos jovens, contribuindo assim para a sua formação, desenvolvimento pessoal e inserção social.

XEG abre conversa entre alunos e festivaleiros, culminando na atuação do projeto Animação em Ação, dos alunos e do próprio XEG, com os convidados especiais Del Tó, Manif3sto e Netto.

9 e 10 de agosto – Curadoria Francisco Rebelo | OPA – Oficina Portátil das Artes

A Oficina Portátil das Artes (OPA) é um projeto pedagógico e artístico de raiz intercultural, promovido pela Associação Sons da Lusofonia (ASL) que tem trabalhado com jovens de diversas origens e bairros da Área Metropolitana de Lisboa. A OPA trabalha na construção de uma rede de trabalho entre bairros que permita aos jovens aceder a ferramentas e práticas artísticas, cruzando amadores com profissionais e permitindo uma formação acompanhada, que possibilite a integração no mercado de trabalho, através da criação artística consolidada. O projeto tem integrado jovens com competências nas áreas da dança e, sobretudo, da música, promovendo a aquisição de diferentes métodos de trabalho.

A Sons da Lusofonia tem trabalhado na criação de condições para a integração de pessoas potencialmente empreendedoras, numa lógica de intervenção social e promoção de oportunidades.

 

9 de agosto

Documentário OPA que retrata o processo de preparação dos vários grupos (ensaios, gravações em estúdio) até à apresentação de um concerto coletivo. Conta com entrevistas aos jovens participantes, guiadas pelos comentários de Francisco Rebelo, diretor artístico da OPA, e de Carlos Martins, diretor artístico da ASL.

A curadoria de Francisco Rebelo no dia 9 de agosto apresenta a atuação de Black Queen, e, da ASL, La Familia Gitana, D’MK e Mynda Guevara, atuações acompanhadas por um live painting de Pedro Versteeg.

 

10 de agosto

Documentário HIP TO DA HOP  + conversa com os realizadores: em Hip To Da Hop, a dupla de realizadores, António Freitas e Fábio Silva, percorre o território português à procura das diferentes manifestações da cultura do hip hop, focando-se nas quatro vertentes principais do movimento: o rap, o DJ, o breakdance e o graffiti. Inclui dezenas de entrevistas a nomes maiores do panorama nacional, entre eles, Mundo Segundo, Orelha Negra, NBC, Slow J, DJ Ride, Stereossauro, Bdjoy, TNT, Sanryse ou Sensei D.

A curadoria de Francisco Rebelo no dia 10 de agosto apresenta as atuações de Primo, Máry M., SXR e CADI da Sons da Lusofonia.

11 de agosto – Curadoria Capicua | OUPA! “Cultura Em Expansão”

OUPA! é um projeto de intervenção social, cultural e artística, que visa a capacitação e empoderamento dos jovens dos bairros sociais da cidade do Porto, através da palavra e da música. É da iniciativa do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto e está integrado no programa “Cultura em Expansão”. Tendo já quatro anos de existência, começou no Bairro do Cerco em 2015, passou por Ramalde em 2016 e teve a sua terceira edição nos bairros da freguesia de Lordelo do Ouro no ano passado.

Na prática, concretiza-se em residências artísticas de vários meses, com oficinas diárias de escrita, produção musical, vídeo e performance, com vista a estimular o espírito Do It Yourself e a autoestima dos jovens, promovendo o sentimento de pertença e a coesão territorial. A intenção é criar um espaço de ação e mudança, que promova a autonomia artística e a proatividade juvenil,  no reforço das identidades individuais e na construção de um espírito de coletivo.

Para dar seguimento e acompanhamento ao trabalho criativo dos jovens que participaram nas edições anteriores, e antes de partir para novos territórios, o OUPA! dedica o ano de 2018 à profissionalização dos talentos encontrados, através da criação, gravação e edição de um disco comum, que cruzará contributos dos três coletivos. Pretende-se consolidar a evolução dos jovens participantes e o seu espírito de colaboração, num álbum que servirá de unificação e celebração do OUPA como um só!

Capicua abre conversa entre jovens do projeto OUPA!, Câmara Municipal do Porto, membros da equipa e festivaleiros, culminando na atuação do projeto OUPA! “Cultura em Expansão” e Capicua

photos: Paulo Homem de Melo / Glam Magazine

Partilha