Mdou Moctar… do deserto do Sahara para Portugal

No cada vez maior universo de guitarristas tuaregues, Mdou Moctar ocupa um lugar que é só seu. É dos poucos que compõe e dos poucos que leva as fronteiras da música tuaregue eletrificada a um horizonte mais longínquo, tudo enquanto procura manter a raiz indígena e a história do seu povo nas canções que apresenta. Moctar aprendeu a tocar guitarra sozinho, ainda de tenra idade, num instrumento feito por si, algures em Abalak, pleno deserto de Azawagh, no Níger. Inspirado pela fuga obrigada do povo tuaregue para o norte de África, Moctar viajou para a Líbia onde trabalhou em empregos provisórios.

Sempre que a oportunidade surgia, aprofundava o conhecimento da música que criava junto de outros guitarristas. Regressou a casa com uma guitarra e um sonho. Pouco depois, o seu sonho começara a concretizar-se. Primeiro, como celebridade local. Depois, na gravação do disco de estreia, que o levou até à Nigéria. Anar tornou-se num sucesso muito rapidamente, transitando por Bluetooth entre telemóveis, ocupando cartões MicroSD e altifalantes de casamentos, festas e ou conversas à volta de um chá. Com o selo da estimável Sahel Sounds, viria a lançar “Afelan”, um disco cru, gravado ao vivo na sua terra-Natal, e ao qual se seguiria “Akounak Tedalat Taha Tazoughai”, a banda-sonora assinada por Mdou para o filme com o mesmo nome e onde é ator principal.

Sousoume Tamachek”, o mais recente disco, serve de mote para o seu regresso a Portugal, num conjunto de quatro concertos que passarão por Lisboa (Musicbox, 20 março), Coimbra a 21 de março (Salão Brazil), Braga (gnration, 22 março com Bed Legs na primeira parte) e finalmente pelos Açores integrado no festival Tremor a 24 de março.

Partilha