Pátria é o solo de um homem.
Um homem que narra a sua história de refugiado num país estrangeiro, sobre como aí chegou e acabou preso, denunciado por um crime que não cometeu. Mas será, antes do mais, o monólogo de um homem só, velho e exausto.
O texto vertiginoso, que Manuel Tur estreia de forma absoluta, Pátria perpetua a tendência-chave da estética de Bernardo Carvalho – nome cimeiro da literatura contemporânea brasileira –, sempre propenso a narradores solitários e ensimesmados, mas que, nesta peça, assume contornos surpreendentes.
O espetáculo, que será editado em livro pela Húmus, é uma produção da estrutura A Turma e estará em cena nos dias 29 e 30 de novembro, na Casa das Artes de Famalicão.
Em Pátria, o homem acusado – interpretado por Pedro Almendra – regressa ao seu apartamento, velho e exausto, depois de anos no cárcere, e decide encarnar uma personagem para a vizinha do outro lado da rua, a quem atribui a denúncia que destruiu a sua vida. Interpretando um louco, conta a sua história como ser expatriado e injustiçado, até que um estrangeiro lhe bate à porta para contradizê-lo. “Talvez o velho refugiado não seja quem anuncia. Talvez nem refugiado seja. Velho sequer. E o próprio estrangeiro não venha a ser tão estrangeiro assim”.
O espetáculo é uma coprodução A Turma e Casa das Artes de Famalicão, com música original de João Hasselberg. Os figurinos estão a cargo de Anita Gonçalves e a cenografia é de Ana Gormicho. Já Cárin Geada está responsável pelo desenho de luz e Joel Azevedo assume o desenho de som. O apoio dramatúrgico é de Gil Fesch.
Após a estreia em Vila Nova de Famalicão, Pátria segue para Vila Nova de Gaia (Armazém 22) nos dias 5, 6 e 7 de dezembro; e Lisboa (Teatro Taborda) nos dias 8 e 9 de fevereiro de 2020.