Mais MUMA em março na Ilha do Faial

O festival MUMA regressa dias 24 e 25 de março para o segundo capítulo da edição de 2023. Depois de casa cheia em fevereiro, o festival retoma a temporada com mais um fim de semana muita música em vários espaços da Ilha do Faial.

O MUMA de Março arranca na noite de sexta-feira, dia 24, na Igreja do Carmo com o já emblemático projeto de criação comunitária iniciado em 2019: Murmurinho. Este projeto, com a direção musical de Rui Souza (Dada Garbeck) e curadoria de Pedro Lucas (Medeiros/Lucas), terá este ano como mote as práticas dos Foliões do Espírito Santo da Ilha do Faial e tem como título Murmurinho#2: Força-Espírito. Além de seis grupos de foliões de todos cantos da ilha, o espetáculo contará também com um coro feminino criado propositadamente para este efeito e com a participação dos músicos convidados Maria Callapez (sintetizadores) e Pedro Branco (guitarra eléctrica).

 

No segundo momento desta noite é retomada a já habitual parceria do MUMA com a Sociedade Amor da Pátria. Nogueira/Branco/Rodrigues são Francisco Nogueira (contra-baixo), Pedro Branco (guitarra) e Fabio Rodrigues (bateria). Três nomes da nova geração nacional de músicos de jazz, com formação em escolas internacionais e um percurso já firmado em diferentes projetos que vão bem além das fronteiras deste género musical. No MUMA juntam-se pela primeira vez para dar vida a temas originais mas também de autores tão diversificados como Paul Motian, Fausto, Marco Paulo ou outros títulos do cancioneiro de jazz americano. Será uma noite de exploração e géneros diferentes através da improvisação e do diálogo instrumental, a encerrar a primeira noite do festival.

 

O sábado, dia 25 de março, será um dia mais preenchido com concertos a começar ao fim da tarde e que se prolongarão noite dentro. A Antiga Casa dos Gaiatos é o improvável espaço que neste dia recebe o festival, resultado de uma parceria com a Cáritas da Ilha do Faial. Aqui se apresentarão Pedro Branco, Chica, Bejaflor e os DJs Maria Callapez e Tiago (Pandilla Ltd).

No primeiro concerto do dia, o guitarrista Pedro Branco apresentará o seu disco de estreia “A Narrativa Épica do Quotidiano”, espelho sensível do período conturbado em que foi criado, em plena pandemia. Composições de uma beleza assinalável onde não se deixa de sentir aformação jazzística do músico, mas onde o classicismo ou o folk independente não deixam de tomar a dianteira. Seguir-se-ão dois nomes do colectivo/editora/casa mãe lisboeta, Maternidade. Primeiro, as novas canções de protesto de Chica, cujas letras se dirigem ao lugar do amigo.

A sua sonoridade é construída sobre uma troca de géneros e abordagens e a canção resulta de uma implosão política e pessoal. Tem um dos EPs mais bem feitos neste cantinho à beira-mar plantado em anos recentes (tendo contado com o apoio de Luís Severo na produção) e vem ao Faial com a trupe completa. O segundo representante do selo lisboeta nesta noite do MUMA é Bejaflor, uma pequena criatura vinda da floresta pop, onde pulsam ritmos quebrados, vozes, glitches e harmonias sintetizados em canções hyperpopulares e modernas. Noite dentro, o MUMA diz até já ao som dos DJs Maria Callapez e Tiago (Pandilla Ltd). Trata-se do primeiro serão deste festival, já com uma mão cheia de anos, dedicado exclusivamente à música eletrónica.

Callapez foi da música clássica ao cerne da música electrónica, e isso sente-se na sensibilidade das músicas que escolhe para compor os seus sets, com tanto de mistério e introspecção como de catarse feita de sons mais experimentais. Tiago é um dos nomes fundadores do coletivo Pandilla Ltd e, com sede em Lisboa e Berlim, e diretor artístico do clube lisboeta Ministerium. Com raízes no Faial – lá nasceu e passou a infância – a sua música vai aos recantos mais densos do techno, e passa regularmente por clubes em toda a Europa.

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