Urge tomar contacto com o trabalho de Linn da Quebrada, figura na linha da frente de um movimento feminista negro e queer que ganha cada vez mais destaque dentro da nova música brasileira e assume importância crucial numa altura em que a luta por uma sociedade e direitos no Brasil enfrenta um dos tempos mais sombrios de que há memória.
Explicando-se ela própria como “bicha, preta, trans e periférica”, Linn da Quebrada encontrou na música mais um espaço de luta pela quebra de paradigmas sexuais, de género e corpo. Após o impacto do primeiro single, “Enviadescer” (2016), com a sua letra direta e um videoclipe que colocava travestis e corpos femininos em posição de destaque, seguiram-se outras músicas na mesma linha como “Talento” e “Bixa Preta”.
Em 2017, a artista assume de forma mais vigorosa ainda as temáticas e linguagens artísticas e sociais lançando “blasFêmea”, a sua primeira experiência audiovisual, que escreveu e dirigiu. O sucesso de uma campanha de financiamento coletivo permite a Linn lançar em Outubro último o seu primeiro álbum, “Pajubá”.
Paralelamente apresenta-se no documentário “Bixa Travesty“, retrato vibrante da vida e arte de uma das mais fascinantes figuras da cultura queer brasileira da atualidade. O documentário inaugurará o festival de cinema Queer Porto, no Rivoli a 10 de Outubro. A 5 de Outubro, no Maus Hábitos, assistiremos ao regresso da artista e activista Linn da Quebrada a Portugal.
