LaGardère estreia hoje “Amiguinha” e “Camila”

Henri de Lagardère nasceu em Zurique em 1898. Durante a sua adolescência conheceu Camila Casali, uma pianista brasileira com quem desenvolveu uma forte amizade e que lhe deu a conhecer um novo estilo musical que mudaria drasticamente a sua vida, o Ragtime. Aos 25 anos, depois de ter passado muito tempo isolado a tocar este estilo musical ao piano, Lagardère sentia um enorme desespero por ninguém mostrar interesse pela sua música. É então que decide ir para o Brasil tentar a sua sorte, com o nome artístico LaGardère. Consegue fazer algumas actuações ao vivo em vários cabarets, mas acaba por desistir das suas ambições musicais graças à influência nefasta de Amiguinha, uma bailarina de Charleston com quem se casou.

Depois de se afastar da música, mergulha numa pesada depressão que dura quase até ao final da sua vida. Aos 118 anos, conhece Malandro, um flautista lisboeta por quem desenvolve uma grande obsessão e que o leva a viajar até Lisboa. Na chegada, LaGardère, já muito debilitado pela idade, é deixado no hotel Sheraton. Ao ver o piano da recepção, e achando que não havia ninguém ali, sentiu-se livre para tocar uma das suas velhas músicas. Quando acaba de tocar é surpreendido pelo aplauso fervoroso de três jovens músicos que tomavam uma água de côco num canto escondido do hotel. O velho pianista não resistiu à emoção dos aplausos e caiu morto em cima do piano.

É então que Yann Vaz da Silva, João Sampayo e Carlos Noronha, sentindo-se culpados pela morte de LaGardère, decidem dedicar as suas vidas a difundir as suas músicas perdidas.

Dois anos depois da trágica morte de Henri de LaGardère, chegou finalmente a hora de Yann Vaz da Silva, João Sampayo e Carlos Noronha apresentarem ao vivo os temas inspirados na vida e na obra de tão grande homem.

Amiguinha” e “Camila” são apenas o início de uma longa viagem de 118 anos e muitas histórias que ficaram por contar. Foi isso mesmo que este 3 músicos se propuseram a fazer quando em 2016 Henri não resistiu à emoção dos aplausos e caiu morto em cima do piano: dedicar as suas vidas a difundir as suas músicas perdidas.

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