Na noite de 20 de outubro, o Coliseu Porto Ageas e o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) apresentam a ópera “La Traviata”, de Giuseppe Verdi. Após cinco récitas esgotadas em Lisboa, em junho, a parceria entre o Coliseu e o único teatro lírico do país tem, assim, uma importante continuidade no Porto, depois da apresentação de “Turandot”, no final do ano passado.
“É um dos papéis mais exigentes para qualquer soprano“, afirma Ekaterina Bakanova, a soprano russa escolhida por Patrick Dickie, diretor artístico do TNSC, para protagonizar “La Traviata”. O seu papel como Violetta Valéry na Royal Opera House, em 2015, foi uma revelação que lhe valeu ovações de pé e elogios rasgados da imprensa britânica. No papel de Alfredo Germont estará o tenor português Luís Gomes. O barítono italiano Sergio Vitale substitui o britânico Alan Opie no papel de Giorgio Germont.
Ópera em três atos, com libreto de Francesco Maria Piave (1810 – 1876), “La Traviata” foi composta por Giuseppe Verdi (1813 – 1901) e estreou em Veneza com fraca recepção. No dia seguinte, Verdi escreveu ao seu editor: “La traviata, ontem à noite. Fiasco. Culpa minha ou dos cantores? O tempo julgará.”
O julgamento do tempo fez desta trama sem herói ou vilão uma das mais aclamadas da história. Violetta Valéry, a protagonista central, desafia as convenções sociais do seu tempo, numa história que se distinguiu na época por uma nova forma de heroísmo, um heroísmo privado, cuja resignação e morte será o preço a pagar para salvar a honra de uma família que a exclui e a obriga a afastar-se.
“La Traviata” mantém aqui a sua génese italiana, com direção musical do maestro milanês Michele Gamba e reposição de encenação e desenho de luz do veneziano Massimo Gasparon. A encenação, cenografia e figurinos são da autoria de um dos mais reputados encenadores operáticos do mundo, Pier Luigi Pizzi, que trabalhou com Giorgio Strehler.
A 12 de abril de 2019, o Coro do TNSC, a celebrar os 75 anos de existência, e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, que também comemora 25 anos, regressam ao Coliseu para um momento sinfónico muito especial: uma versão concerto do terceiro Ato de “Parsifal”, a última ópera composta por Richard Wagner (1813 – 1883). A remeter para o ambiente pascal, esta coprodução que remete para a época de Páscoa mostra-se no Porto três dias antes da apresentação em Lisboa
Photo: Bruno Simão