Julie Byrne estreia-se em Portugal…

Norte-americana Julie Byrne, um dos mais admiráveis e promissores nomes femininos dos últimos anos, visita Portugal em junho. A artista estreia-se este ano em Portugal com 3 concertos agendados. No Teatro das Figuras, em Faro, a 13 de junho; na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, dia 15 e por fim, na única data no norte do país, a 16 de junho, no gnration

Nómada, sonhadora, naturalista e romântica são termos que se combinam integralmente na identidade de Julie Byrne. Num passado recente, mudou-se inquietamente entre diversas partes dos Estados Unidos da América – Buffalo, Pittsburgh, Pennsylvania, Northampton, Massachusetts, Chicago, Illinois, Seattle, Nova Orleães, Nova Iorque -, aglomerando nas suas viagens influências, não da agitação das suas jornadas, mas sim do conforto que encontrou em cada etapa. O resultado é folk sentimental, atmosférica e transparente que evoca Joni Mitchell, Cat Power, Grouper ou Julia Holter. Autodidata, pegou na guitarra pela primeira vez após o seu pai adoecer e ter de a pousar permanentemente. Julie admite não saber ler música nem a ouvir frequentemente. Na verdade, o primeiro vinil que teve em casa foi o seu próprio. Apesar destes parecerem argumentos pouco vantajosos para uma compositora, a sua discografia demonstra uma capacidade exemplar de trabalhar melodias exuberantes e um lirismo evocativo. Ambas as qualidades se envolvem numa suave sensualidade que conjura numa narrativa que dificilmente não encanta. A rapariga que aos 18 anos deixou a escola, se afastou de casa para ir trabalhar numa mercearia e mais tarde se dedicou à guarda florestal no Central Park já conquistou o seu espaço na atmosfera indie, ficando sublinhada como uma importante referência do seu género musical.

O seu primeiro registo oficial, em 2014, “Rooms With Walls & Windows”, pela independente Orindal Records, é uma compilação de 2 cassetes gravadas em 2012 e 2013: “Julie Byrne” e “You Would Love It Here”. Com o passar do tempo, entre mudanças de casa e quilómetros de estrada com projetos como Whitney, Angel Olsen, Kurt Ville e Steve Gunn, tudo a endereçou a voltar à sua cidade natal.

Cinco anos após a sua primeira experiência autoral, a norte-americana lança “Not Even Happiness”, em fevereiro de 2017. O longa-duração foi produzido por Eric Littman e gravado na casa de infância da cantora, em Nova Iorque. Mais confiante que nunca, mas com o seu carater subtil, o disco é considerado uma ode à beleza, ao amor, à natureza. Os arranjos orquestrais combinam-se ao folk para jogar com o silêncio e os múrmuros de Byrne. A sua linguagem é difusa, traçando temas como a autonomia, o desejo e a luta.

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