José Pinhal Post-Mortem Experience… Catarina Branco… Sreya… Japo…

A Maternidade e a Galeria Zé dos Bois convidam… José Pinhal Post-Mortem Experience (na foto), Catarina Branco, Sreya e Japo (DJ Set), dia 18 de Janeiro na ZDB.

José Pinhal foi um ilustre e famoso desconhecido – dir-se-ia lendário – mestre da música de baile originário do norte de Portugal. José Pinhal Post-Mortem Experience, formada por membros da Favela Discos e dos Equations, têm-se apresentado em ocasiões festivas no Porto (tendo também já passado por Aveiro e pelos Açores) e apresentam-se em Lisboa pela primeira vez, na Galeria Zé dos Bois.

Fica aqui o testemunho mitológico, por Paulo Cunha Martins, que em parte explica a existência de José Pinhal Post-Mortem Experience: “No início do século, o meu irmão comprou um modesto apartamento que outrora serviu de gabinete de Cipriano Costa, um agente de música popular portuguesa no norte do país. Representava artistas como Herman José, Ana Bola, José Cid, Simara e… um tal de José Pinhal. Entre os diversos cartazes esquecidos nos móveis da cozinha existiam duas cassetes de José Pinhal, Vol. 1 e Vol. 2., que resolvi transcrever. Durante vários anos aqueles temas ficaram em incubação no meu disco duro, sendo ocasionalmente expostos a amigos próximos e partilhados em pens. José Pinhal foi contaminando almas e corações pela mão de uma primeira legião de embaixadores que foram disseminando a sua música ao longo dos anos 2000. As aleatoriedades do universo ditaram que estas cassetes se perdessem numa Mitsubishi L200 mas passados vários anos surgiram temas de José Pinhal no YouTube pela mão de Joaquim Gomes, detentor da cassete com o Vol. 3 de José Pinhal.

Em 2016, passados 15 anos (!) desde a descoberta desta pérola, a Favela Discos e os Equations juntaram esforços para uma atuação chamada José Pinhal Post-Mortem Experience. A música e a memória de José Pinhal está viva e tudo o que está a acontecer ultrapassa todas as expectativas. Ainda bem que encontrei aquelas duas cassetes.”

Vinda do Oeste, a Catarina Branco não toca hard-rock, hip-hop ou música de dança. A sua música não é muito jazzy nem tem gritos distorcidos. Não traz uma orquestra de 80+ músicos dirigida por um maestro de alto gabarito. Metaleiros não vão aos concertos dela. Há quem diga que é queer-pop fofinho. Catarina Branco apresenta “‘Tá Sol“, EP de estreia de canções sobre amizade, amor e enfatuação e tudo o que fica na margem e zonas cinzentas dos limites dessas ideias, num exercício de síntese musical.

Sreya, atlântica gelada, mas sempre em busca de outras temperaturas marítimas. As suas canções são bons-bocados da epopeia de si mesma e dos universos que a rodeiam. O disco “Emocional” (2017), mexido e estrelado por Conan Osiris, enquadra-se numa tradição tão contemporânea como as pessoas fixes do passado o foram.

Japo é mais habitual vê-lo em palco a encarnar o guitar hero/vocalista da Meia de Leite ou o performer/poeta da urbe enquanto Menino da Mãe. Desta vez mostra-nos as suas skills de DJ, fazendo-nos vibrar com as suas escolhas, – ghetto house, o electro da origem, futuros clássicos de festa dos recantos da Web – por isso celebre-se com a maior pausa.

 

Partilha