Em 1993, João Penalva realizou a sua primeira instalação, Alfândega, na Alfândega do Porto – então em processo de desativação. Um marco na história da arte contemporânea portuguesa, conseguia uma simbiose em relação ao local que quase a camuflava no espaço, entretanto já obsoleto e deslocado no tempo.
Na sequência dessa intervenção, foi lançado o repto a Penalva para intervir no espaço da Culturgest Porto, onde a memória do seu passado como instituição bancária e a historicidade da sua arquitetura fortemente decorada estão patentes.
Desenhado por Porfírio Pardal Monteiro e construído nos anos 20, o edifício sofreu várias remodelações ao longo dos anos. A mais violenta aconteceu nos anos 50 e apagou todos os vestígios dos frisos escultóricos que adornavam as paredes da sala principal. Trinta anos depois, um professor da faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo-se deparado com o abandono a que os frisos estavam sujeitos, escreveu uma carta ao banco com o título Um crime que urge reparar.
Esta exposição parte desse âmbito histórico – do edifício e das vicissitudes da instituição – para produzir uma intervenção específica na qual a memória, a sua representação, a obsolescência e a ideia de reparação se cruzam.
De 7 de Julho a 23 de Setembro 2018
Culturgest Porto
Entrada gratuita