João Diogo Leitão edita álbum de estreia com viola braguesa

O primeiro registo de João Diogo com música original para viola braguesa solo foi feito em Serpa, no Musibéria, e editado em álbum pela “Respirar de Ouvido”, em Outubro de 2020.

 

João Diogo Leitão tem um percurso musical intimamente ligado à guitarra clássica, enquanto intérprete, assumindo-se desde cedo como um dos talentos da sua geração, tendo sido premiado e distinguido em vários concursos, destacando-se, especialmente, o 1º lugar no “Prémio Jovens Músicos” (Antena 2).

A descoberta da viola braguesa – um dos muitos cordofones tradicionais portuguesas –, o fascínio pelas suas características tímbricas e o potencial inexplorado deste instrumento desencadearam uma metamorfose. Despoletaram uma urgência poética que o levou a investigar e compôr música para esta viola que surge do natural encontro entre os mundos da música erudita e música tradicional portuguesa, inovando na abordagem técnica e estética, criando um repertório próprio para este cordofone. O álbum de estreia ‘por onde fica a primavera’ foi criado e registado em Serpa, no Musibéria, e editado pela ‘Respirar de Ouvido’, em 2020.

 

“um dia parti à boleia pela europa com uma mochila às costas e uma viola braguesa na mão. foi ela minha companheira, confidente, ganha pão, ganha abrigos, chave para tantos sorrisos e moeda de troca para tanta bondade. juntos cantámos zecas por ruelas e praças. depois comecei a esconder a minha voz e a deixar a braguesa num tímido solilóquio. as primeiras músicas surgiram ainda pela estrada fora. voltei a casa, à casa. e a música surgia-me no corpo, inquieta e urgente. aos poucos tentei-a domesticar. deu os seus primeiros passos. o primeiro impacto cataclísmico e as réplicas que se seguiram foram interrompidas por nova partida. um abandono prematuro, que apenas tornou mais urgente e necessária a procura de um universo poético. tudo se materializou no álbum ‘por onde fica a primavera’. obra em dois cantos, quais herdeiros, a braguesa e eu, de uma tradição ancestral, que nos chega não pela oralidade, essa há muito interrompida, mas por um fluxo imaginativo contínuo que desaguou nos nossos corpos.”  João Diogo Leitão

 

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