Indiegente Live celebrou segunda edição no LAV – Lisboa ao Vivo

Este sábado, dia 19, o LAV transformou-se numa sala de convívio entre amigos para realizar uma verdadeira celebração da música feita em Portugal. A fada madrinha foi o Nuno Calado, nada inesperado, com uma mão cheia de pequenos concertos duma média de 4 canções por banda.

O banquete musical foi inaugurado pela Nancy Knox, tal sacerdotisa lançando feitiço com a sua fantástica voz e poderoso som.

A irreverência dos Dead Club continou a abrir a cortina do festival Indiegente 2019.  A Violeta Espectro pisou o palco com uma forte atitude transgressora. Refrões tão sinceros como “I need it, let’s fuck” comprovam que a frontalidade ainda incomoda. O tambor que usou para bater e libertar os seus demônios nunca mais foi o mesmo – tumbou a todos os outros bateristas ao longo da noite – tal foi o impacto.

O LAV estava quase, quase recheado e também de público jovem que, por exemplo, sabia de cor as letras de Vaiapraia. Mas já lá chegaremos…

Antes dois lovers para vos exorcizar os maus espíritos, os Knot3, em estreia absoluta, Selma Uamusse e Toni Fortuna, ela vestida num elegante vestido prateado, entre guitarras, sintetizador e uníssono espiritual mostraram que se pode partilhar mais que um palco, um microfone, amizades, um projecto e uma vida. Quase gospel, quase rock, algo de sync, o saxofone do grande Cabrita era a cereja encima do bolo. Fantástico.

 

A seguir os Algumacena, o duo de bateria e guitarra gritou algumas letras em português contra o racismo e a discriminação. A plateia animou-se com Alex D’Alva Teixeira e Ricardo Martins e os seus temas influenciados por sonoridades Emo.

De volta o senhor do saxofone, Cabrita, que sobe ao palco muito bem acompanhado por mais três saxofones, um deles  barítono como o seu. Uma delicia para os ouvidos, com composições próprias, música muito bem tocada, 4 faixas que deixaram satisfeitos os ouvidos mais sofisticados caso ainda estivessem insatisfeitos houve também participação do Tigerman.

Para que a alegria se mantivesse subiram ao palco os Pista e a plateia reagiu com ânimo mostrando-se conhecedora dos temas sem deixar de aproveitar para dançar. Alex D’Alva Teixeira juntou-se à festa mas o glamour ainda estava por chegar.

Logo a seguir, Plástica e Manu de la Roche, mostraram como o burlesque e o Post Punk podem combinar tão bem. “Save my people” a última e nova faixa da banda combinou bem com o momento em que Manu de la Roche revela o peito, de forma sensual, entre plumas vermelhas..

Mais show e irreverência com o Rodrigo Vaiapraia que subiu ao palco com a intenção de fornecer “entretenimento de qualidade“. Provocação a 4, os Vaiapraia não falharam na sua missão. Rodrigo armado duma bata azul com corações disse que não tinha medo de fazer as perguntas difíceis. E não teve.

Mas havia mais Rock, mais Punk, mais energia e mais garra até às 3 da madrugada. Intervalos curtos só para se trocarem alguns cabos, isto é, ajustar o backline.

The Parkinsons finalmente subiram ao palco! Mostraram bem porque têm a fama de darem concertos estrondosos. Crowdsurfing, pés nos monitores, uma energia delirante que ensina aos mais novos como se agarra o público. Bad Wolf – uivem ao som do bom Punk Rock dos Parkinson. Ah, e o Rui Sidónio andou com o Victor Torpedo aos ombros, bem alto, como ele merece estar! Estava, portanto, já tudo encarrilado para vir a Bizarra Locomotiva. A força e a presença musical duma banda incontornável quanto ao melhor de Industrial que por cá se faz; com máscaras e envoltos em plástico preto – uma performance sempre potente. Mas já faltava um toque feminino… as Anarchicks subiram ao palco acompanhadas pelo Rui Maia, agora também membro dos GNR. E como é sexy assistir a um concerto de rock dado somente por mulheres! Inspiram vontade de ouvir outra vez as Runaways e gritar bem alto, de preferência, encima duma chopper, “we all love Rock n’Roll“!

 

Já a terminar, subiram ao palco os Dirty Coal Train, o To Trips e finalizaram a noite os Act-Ups, já entre algumas dificuldades técnicas.

Queremos que o Indiegente se torne uma tradição, todos anos, depois do Outono chegar, com ou sem tempestade. Desta vez o tempo estava favorável.

 

Fotografias: Cecile Lopes

Reportagem: Magda Costa

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