Identidade feminina, sexualidade e comportamento social em Sétimo Céu

Sétimo Céu, de Caryl Churchill é um texto de 1978, que aborda questões de identidade feminina, de sexualidade, comportamento social, colonialismo, racismo, pedofilia, homossexualidade e machismo. Este espetáculo pretende  ir  ao  encontro da  chamada  “terceira  vaga  do  feminismo”, partindo  do  universo  sexual,  mundano,  feminino  e  direto,  exposto  na  obra  de  Caryl Churchill.

Quando  mergulhamos  no  Universo  Feminista  de  Churchill  e  somos  transportados  para duas épocas distintas (anos 50 e anos 80) que, por um lado, se assemelham demasiado aos tempos modernos. O choque cultural ou social que devíamos esperar no confronto de três épocas tão diferentes do ponto de vista de desenvolvimento humano  e tecnológico acaba  por  não  ter  o  impacto  esperado  –  e  é  nesse  vácuo  que  deixamos  as  personagens coabitar com os seus desejos e pensamentos mais sombrios.

Simultaneamente, temos o público que emerge na cenografia, como sombras de antepassados,  ou  de  gerações  futuras,  que  partilham  alguns  dos  dilemas  e  frustrações, rodeando a ação num ângulo de 360ºgraus. As personagens ficam, assim, circundadas por uma espécie de abismo que invoca uma iminente queda.

 

Sétimo Céu, de Caryl Churchill com encenação de Diogo Freitas, de 8 a 10 de Outubro, na Fábrica Oliveira Ferreira em Riba D’Ave, Vila Nova de Famalicão.

 

Photo: Simão do Vale

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