Holy Nothing… “Real” é a segunda parte do novo álbum

Os Holy Nothing estão de volta. Depois do sucesso do primeiro LP “Hypertext” e depois de dois singles que meteram os fãs a dançar, “Speed of Sound” e “Underdog“, a banda da Invicta voltou em 2019 com a preparação de um novo trabalho de longa duração que se divide em três partes. A primeira parte foi “Plural“, com colaborações com BaianaSystem, Barbatuques e o saxofonista João Guimarães e agora chega “Real” que mais uma vez trata de juntar alguns dos melhores amigos dos Holy Nothing.

 

Real“, assenta numa dicotomia difícil de resolver. Os ritmos são quentes, enérgicos, dançantes, as letras contam uma história diferente. Relatam um manifesto sobre o cansaço perante o paradoxo da homogeneização neste novo mundo de múltiplas opções, do discernimento simultaneamente veloz e fugaz afundado em dogmas e novos ápices do livre arbítrio nesta presente cultura do white noise

Apresentando os três temas desta segunda parte, “Caixa Preta” é um tema enérgico e direto em que a banda se deixa invadir pela força da produção inconfundível de Moullinex. Nesta música, as vozes são divididas com Angelo B, vocalista do projeto de música brasileira, sediado no Porto, Bamba Social. Esta música reforça a ponte transatlântica Portugal-Brasil, iniciada anteriormente em “Plural” com as colaborações com Baiana System e Barbatuques.

 

Em “Humans” mais uma música dançante que, estranhamente, parece ter sido composta para ouvir com o volume baixo. A produção ficou a cargo de Rui Maia, que optou por uma estética vagamente “low-fi”, em que as vozes se destacam sobre um instrumental preenchido por mantas de baixos, sintetizadores e groove-boxes que vão construindo diferentes ambiências ao longo da música.

 

Por último, “Bridge” apresenta-se como um tema electrónico com produção de Pedro Rompante difícil de catalogar (não é disco, não é house, não é techno, não é pop). Com alguns resquícios da New Wave que a banda já havia experimentado no passado, o ouvinte é surpreendido a meio da música por um solo inusitado de harmónica de Paul Pacifico, que nos transporta para um momento groovy, único em todo o álbum

 

Plural, Real, Animal“, álbum que sairá no primeiro trimestre de 2020, será uma a narrativa repartida em três capítulos. Três fragmentos de uma mesma história, que descreve um período de intensa composição da banda, entre a construção, destruição e reconstrução. Três capítulos que serão apresentados em três momentos distintos. Cada um com uma identidade própria, cada um abraçando uma geografia específica e que no final serão agrupados para formar um álbum e permitir uma quarta interpretação por parte do ouvinte.

A segunda parte “Real” já está disponível em todas as plataformas de streaming.

Partilha