“Hantologia”… Tal como a vida, também este projeto só se vive uma vez

O espetáculo irá estrear no Teatro Académico de Gil Vicente, e essa será a sua única apresentação, pois “a própria ideia do espetáculo é o desaparecimento da vida”. Tal como a vida, também este projeto só se vive uma vez. O Teatro de Coimbra irá receber, no próximo dia 4 de dezembro, o espetáculo “Hantologia”, concebido e encenado por Mickaël de Oliveira e Nuno M Cardoso, produzido pelo Colectivo 84.

 

Interpretado apenas por quatro atrizes, trata-se de uma narrativa visual que procura explorar várias concepções do termo “assombração” na nossa contemporaneidade. Não partiram de um guião, mas sim de uma compilação de ideias e de inspirações externas que explora vários tipos de géneros, materiais e origens: a narrativa gótica do século XIX, o género do horror, ou mesmo o imaginário pop dos novos ghostbusters de Youtube.

 

“O espetáculo trata das materialidades da vida face ao aparecimento da morte”, explicam Mickaël de Oliveira e Nuno M Cardoso. “Existe também a questão do diálogo entre dois mundos e uma outra mais virada para uma ideia de posse e de possessão, seja de um (outro) corpo ou uma de (outra) casa.” O título, “Hantologia”, é um termo cunhado por Jacques Derrida, na sua obra “Espectros de Marx”.

 

Mickaël de Oliveira fundou o Colectivo 84 em 2009 e formou-se na área da dramaturgia contemporânea portuguesa e europeia, na Universidade de Lisboa. É diretor artístico no projeto END – Encontros de Novas Dramaturgias Contemporâneas e foi diretor adjunto do Teatro Académico de Gil Vicente entre 2011 e 2015.

 

Nuno M Cardoso dirigiu textos de autores clássicos e contemporâneos e, como ator, trabalhou com os encenadores Ricardo Pais, Nuno Cardoso, Giorgio Barberio Corsetti, Jean-Louis Martinelli, Cláudio Lucchesi, Rogério de Carvalho, Manuel Sardinha, António Durães, Paulo Castro, José Carretas, Marcos Barbosa, António Lago e os realizadores Manoel de Oliveira e Saguenail Abramovici. É diretor artístico da AMANDA Associação Medida Anónima – Núcleo Dramaturgia Ação e assessor da direção artística do Teatro Nacional São João. Foi consultor de programação das artes performativas de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.

 

O espetáculo irá estrear no Teatro Académico de Gil Vicente, e essa será a sua única apresentação, pois “a própria ideia do espetáculo é o desaparecimento da vida”. Tal como a vida, também este projeto só se vive uma vez.

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