Graffitis e hip hop “ocupam” o São João para gritar “Estamos aqui”

“Escrevemos, grafitamos, para celebrar a vida/ Escrevemos, grafitamos, para poder respirar”. Assim anuncia Flávio Almada, também conhecido como LBC Soldjah. O ativista cabo-verdiano, uma das vozes maiores do rap em crioulo, junta-se ao ilustrador e cartoonista António Jorge Gonçalves para a criação de Válvula, um espetáculo que se encontra algures entre a conferência e o concerto.

 

A performance visual e sonora, que guia os espectadores por entre palavras, desenhos e músicas, está em cena no palco digital do Teatro Nacional São João (TNSJ), em tnsj.bol.pt, até à próxima sexta-feira, 19 de março.

 

Graffitis: Transgressão ou arte? Comunicação ou ocupação? Para responder a estas questões é preciso recuar 30 mil anos, até às gravuras nas rochas feitas pelos caçadores recolectores, para perceber o nascimento da arte; é preciso analisar as anotações dos romanos nas paredes das suas casas em Pompeia, para descortinar o verdadeiro significado das marcas e símbolos que nos rodeiam. Numa tentativa de ir além do julgamento, António Jorge Gonçalves e Flávio Almada, também intérpretes deste espetáculo, procuram, sobretudo, compreender as diferentes pinturas gravadas no espaço público com as tintas das latas de spray.

 

Dedicado ao público adolescente, Válvula promove uma reflexão sobre a arte de grafitar, convidando a uma “viagem” por locais onde esta cultura ainda “vibra”, como no Bronx, nos Estados Unidos da América, ou em São Paulo, no Brasil.

 

Photo: Rui Carlos Mateus

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