Foi assim o último Dia do Portugal Fashion 49…

Este último dia de desfiles, na Alfândega do Porto, não podia ter começado da melhor forma!

Maria Gambina, apresentou no cais, apesar do tempo nublado , uma coleção fantástica. A sua coleção,  primavera/verão 2022, é simples, acessível a qualquer corpo, extremamente confortável. As cores dominantes são o branco e o azul, os materiais eram basicamente o algodão. Os sacos eram super originais, um parecia uma bola de praia, outra parecia uma bóia dos nadadores salvadores, muito interessante.

Uma coleção muito descontraída, muito desportiva, muito praia. Adorei, não só por ser acessível a qualquer forma de corpo, mas também por ser prática e simples.

Katty Xiomara, apresentou uma coleção lindíssima.

Esta coleção era leve, fresca, as transparências estiveram em destaque, sobretudo nos vestidos. Destacaram-se os tons castanhos muito claros, com motivos em preto nas transparências, os vestidos eram delicados e muito BCBG.

Amei de paixão! Como sempre não desiludiu, pelo contrário.

O terceiro desfile ficou a cargo da (Re)veste, que apresentou uma coleção original, nota dominante para as gangas reinventadas, assim como as T’shirts e as camisas.

A coleção era bastante colorida, mas com tons suaves. A imagem aliada ao desfile foi uma boa estratégia.

Um facto curioso, uma das manequins perdeu um sapato durante o desfile, mas foi como se nada tivesse acontecido, continuou com o pé descalço, calcanhar para cima como se nada tivesse acontecido.

Gostei!

 

Carolina Sobral, realizou o seu desfile no Cais, apresentou uma coleção de linhas sóbrias  e cujos  materiais principais eram o algodão e o linho.

As cores dominantes eram os branco, pérola, laranja e verde seco.

Coleção refinada e com muito bom gosto, parabéns.

No desfile de Davii, gostei de tudo o que vi!

As cores como o preto, o branco e o “caramelo”  deslumbraram na passerele. Adorei as calças mega largas e curtas tanto em tecido normal, como em tule; os casacos, quer os mais compridos, quer os mais curtos, também estavam fantásticos.

Adorei esta coleção, quando penso que já não vou ser surpreendida, aparece uma coleção como esta, super feminina e tão versátil.

 

Hugo Costa, apresentou uma coleção fabulosa, mas que eu apelido de não praticável no dia a dia. E porquê? Porque a população comum não está preparada para ver, sobretudo os homens da nossa sociedade,assim vestidos no seu quotidiano. É triste, mas é verdade! A coleção era um espetáculo, mas é coleção artística, é arte, é cultura, mas ainda não é viável no nosso dia a dia.

As cores eram dentro do preto, lilás, cinza e preto combinados.

Destaco, também a guitarra elétrica, ao vivo, que deu uma dinâmica diferente ao desfile, sobretudo na parte final.

O desfile de Alexandra Moura, não foi dos que mais gostei, pelo contrário.

Apreciei mais a coleção masculina do que a feminina. As peças masculinas eram mais dentro de uma linha sportswear, embora também a linha feminina as tivesse, só que não acentavam tão bem, mas isto é a minha opinião, e vale o que vale!

As cores dominantes foram o azul, o preto e o rosa.

Na linha mais clássica, as cores predominantes eram o pérola em conjunto com o “leite com Nesquick”, não gostei tanto porque as peças não faziam sentido, era uma desconstrução da peça, que na minha opinião não fazia sentido.

O penúltimo desfile deste Portugal Fashion foi sensacional, único!

Todo o desfile foi acompanhado Por Marta Pereira da Costa a tocar, ao vivo, uma guitarra portuguesa e viola, foi fantástico.

Taibo Bacar, apresentou uma coleção de Haute Couture, vestidos longos, fluidos, leves, simples, outros, debruados a pedras, espetacular, único. As gangas cheias de glamour, os óculos escuros, as carteiras, tudo pensando ao pormenor, tudo com um extremo bom gosto.

Fiquei simplesmente fascinada, até às T-shirts, sendo simples, a qualidade era notória.

Deslumbrou a todos os níveis.

Alves/Gonçalves, já nos habituaram à qualidade dos seus desfiles, e mais uma vez não desiludiram. Apresentaram uma coleção fantástica, com tecidos e padrões lindíssimos.

O tule também fez parte desta coleção, os vestidos com os saiotes de varetas para armar os vestidos e depois o tule por cima, estavam fantásticos.

Adorei todos os vestidos e os tailleurs com calças.

Os tecidos era lindíssimos e as cores dos padrões, também. O conjunto apresentado em ganga era incrível.

As cores dominantes eram o preto e o branco.

Brilhante! Pura magia!

Muito bom!

 

Neste último dia de Portugal Fashion destaco Maria Gambina, Katty Xiomara,   Davii, Taibo Bacar e Alves/Gonçalves.

 

Estes quatro dias foram muito intensos, e quem pensa que um desfile é aquilo que se assiste em televisão, não faz a mínima ideia do quão errado está.

É super cansativo para a imprensa, que anda constantemente a mudar de lugar, consoante a logística do espaço. É cansativo para os modelos, para os apresentadores, para a produção, para todos no geral.

Vale a pena o stress, a lufa, lufa, a correria? Vale!

É um mundo diferente do nosso quotidiano? É!

Mas, faz parte, é Arte, é Cultura, e o público voltou a estar presente, e aplaudiu e deu o seu feedback imediato, e os nossos artistas precisam disso, porque o dinheiro paga as contas, mas os aplausos e os olhares felizes matam a fome da alma, e todos nós precisamos de palmas e de espetáculos para assistir!

 

Reportagem: Ana Cristina
Fotografias: Paulo Homem de Melo

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