FIMP – Festival Internacional de Marionetas do Porto 2018

A 29ª edição do FIMP-Festival Internacional de Marionetas do Porto arranca já no próximo sábado, dia 13 de outubro, e decorre até ao sábado seguinte, dia 20. No fim-de-semana de abertura, serão 5 os projetos que vão ser apresentados no Teatro Rivoli e no Teatro Campo Alegre.

 

Nos dias 13, 14 e 15, Xavier Bobés apresenta, em estreia nacional, no Teatro Rivoli, a peça “Coisas que se esquecem facilmente”, uma experiência teatral muito intimista. Serão seis pessoas reunidas à volta de uma mesa, onde o artista irá manipular imagens, pequenos objetos, memórias e tempo. Um trabalho que propõe uma reflexão sobre a História recente de Espanha. O artista tem vindo a desenvolver o seu trabalho na Cia. Playground, nome dado ao método de trabalho e de pesquisa no âmbito dos objetos quotidianos, dando-lhes novos significados em contextos inesperados enquadrados num mundo de imaginação.

 

É no sábado, às 21h00, no Teatro Rivoli, que acontece o espetáculo de abertura desta edição do FIMP, com a apresentação, em estreia nacional, de “Sans Objet”, da Cie. 111. O encenador e fundador de companhia, Aurélien Bory, apresenta uma reflexão sobre as relações entre homem e máquina. Dois homens e uma plataforma que é habitada por um braço robótico industrial, um dispositivo em que esta bela peça de alta precisão (bio)mecânica se desenrola. O encenador francês desenvolve trabalhos dentro de um teatro mais físico, singular e híbrido, no cruzamento de várias disciplinas, como o teatro, o circo, a dança, as artes visuais e a música.

 

Ainda no sábado, dia 13, o FIMP irá ocupar também o Subpalco do Rivoli, em parceria com a Matéria Prima. Diretamente de Manchester, o homem-orquestra Paddy Steer (na foto), inspirado pela imagética de Sun Ra, apresenta-se às 23h30. A performance ritual das personagens que habitam o universo deste artista vai transformar o espaço numa verdadeira gruta de prodígios libertários. A electrónica customizada, a percussão e a voz processada combinam-se nos concertos de Paddy Steer numa espécie de cerimonial caótico e enérgico, em que o músico, com a sua vasta experiência, nos conduz por territórios selvagens e ao mesmo tempo amigáveis.

 

Já no Teatro Campo Alegre, no domingo, dia 14, a coreógrafa Cláudia Dias e o marionetista Igor Gandra, diretor artístico do FIMP e artista convidado desta edição do projeto “Sete anos, sete peças” coproduzida pelo TMP, apresentam “Quarta-Feira: O tempo das cerejas”. Esta peça é apresentada segundo uma linha cronológica composta tanto por factos ocorridos como por outros ainda por acontecer. Uma tarefa, um espaço, uma matéria e um desejo de transformação do mundo.

 

O diretor artístico, Igor Gandra, destaca esta edição, que decorre até dia 20 de outubro, como um bom exemplo da “natureza híbrida do programa do FIMP, em que os objetos e a matéria animada assumem o protagonismo”, com peças que vão do “cruzamento entre o teatro de marionetas e outras linguagens” à “relação entre o teatro visual e a robótica industrial”.

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