Festival para gente Sentada… Vai ser assim o primeiro dia…

É já esta sexta feira, 16 de Novembro, que o Festival para gente Sentada regressa a Braga. Pelas 19h a Rua do Castelo no centro da cidade recebe o projeto West Coast Man. Pedro Caldas é o homem atrás deste projeto, para o qual escreve e compõe as suas próprias músicas. “Na pequenez dos subúrbios, nascem almas maiores do que a terra previa, quando inventou fronteiras”. É neste lugar que West Coast Man diz ter nascido e é longo dos subúrbios que vai apresentar as canções do seu EP de estreia em ambiente de festival, ambiente que conhece bem pois embora natural de Vizela, Pedro Caldas, ou melhor West Coast Man, vive em Paredes de Coura.

Pelas 22 horas as portas do emblemático Theatro Circo abrem-se para a feroz e independente abordagem de Alice Phoebe Lou perante a música. A jovem sul-africana atraiu a atenção de amantes de música em todo o mundo graças às narrativas honestas e às cruas sonoridades musicais que desenvolveu pelas ruas de Berlim. Ao festival traz o seu novo disco “Orbit” onde sonoridades de soul, blues e jazz se misturam com suaves harmonias vocais.
Ainda pelos Theatro Circo a noite promete com a subida ao palco de Marlon Williams (na foto), conhecido pelo Elvis de Lyttleton ou Roy Orbison de Christchurch, ou então como ficou provado no Vodafone Paredes de Coura, o neo zelandês que parte corações. Country, soul, folk e pop, em temas carregados de narrativas rodeadas por atmosferas indie numa harmonia plena com o público é aquilo que se espera em Braga.
Marlon Williams traz a palco as canções de “Make Way for Love”, o seu mais recente álbum, onde canta de coração partido, onde o relato sincero e dramático sobre o fim de uma relação amorosa e todos os sentimentos que daí surgem.

A noite termina como habitualmente no Gnration. Medeiros/Lucas abrem o palco da Blackbox quando passar meia hora depois da meia noite. Carlos Medeiros e Pedro Lucas trazem em Novembro o ”Sol de Março”. Estes dois marinheiros debruçam-se sobre a razão, colocando um personagem feminino, Elena Poena, à procura dos primeiros raios de luz após a escuridão invernal. Ao contrário de Júlio César, esta Poena não tem nenhum profeta para lhe dizer “cuidado com os idos de Março”, e vai ter de perceber que o sol que dá luz também queima. Um sol da meia noite com influências mediterrânicas e africanas que o colectivo tem vindo a galgar nos últimos meses.
A fechar a noite, em plena madrugada, Filipe Sambado… que vai apresentar um compêndio de sons organizados na forma de hinos à possibilidade de Nós (público) sermos outra coisa. De sermos coisas para as quais ainda não temos nomes. “Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo” é o trabalho mais recente disco de Filipe Sambado, ele que passou a infância e adolescência de um lado para o outro, e talvez essa errância não seja um mau ponto de partida para entender quem ele é… Quando Filipe Sambado canta “só quero correr até já não fazer sentido”, em “Alargar o Passo”, dá vontade de ir com ele para esse lugar onde tudo pode ser o que quisermos. É esta maturação pessoal e artística que o Filipe nos vai mostrar de uma forma errante a fechar o primeiro dia do Festival para Gente Sentada.
Fotografia e texto: Paulo Homem de Melo

Partilha