Festival Folk Celta regressa com 11ª edição

A vila de Ponte da Barca, marcada pela sua biodiversidade e excelência gastronómica, volta a ser a capital da música folk de matriz celta no fim-de-semana de 27 e 28 de Julho. O regresso do festival ao seu espaço de  origem, o Choupal nas margens do rio Lima, num cenário idílico que empresta ao festival uma magia muito particular, e a gratuitidade do evento são algumas das novidades da edição deste ano que aposta, como habitualmente, em novos e consagrados talentos da música folk nacional e internacionais.

Apesar de considerar que este é um festival muito conceituado, estas novidades representam para o presidente da Câmara, Augusto Marinho, que falava hoje em conferência de imprensa, a necessidade de conferir ao festival uma nova dinâmica, deslocalizando-o para uma paisagem singular, para a sala de visitas de Ponte da Barca, e tornando-o acessível a um público mais vasto”. Também o horário desta XI edição sofre alterações com o arranque dos espetáculos às 18h30.

No primeiro dia o palco fica entregue aos portugueses Torcido, projeto que nasce da junção de timbres e melodias que André Nunes há muito tinha na “gaveta”. Passou à prática e deixou-as em formato físico no EP “Cabaça” lançado em 2017. A musicalidade e as impressões provocadas pela banda vão, seguramente, trazer um excelente espetáculo. Logo de seguida os The Town Bar, banda de Folk/Rock  que ao longo da sua existência tem somado reconhecimento dentro e fora de portas. Os seus temas, alguns abertamente mais efusivos e energéticos, vão oferecer uma sonoridade reconfortante. Depois é a vez dos os incontornáveis Gaiteiros de Lisboa que no seu registo habitual sabem fazer a festa, seguidos da francesa Mogane Ji, dona de uma voz única, profunda e sensual, animal e guerreira que aborda os temas de uma forma pouco convencional. A noite fecha ao som dos TT Syndicate, Sete Rapazes de Fato que de facto são uma banda que reflete, como poucas neste momento, a busca de uma comunidade das referências no passado.

O segundo dia do festival começa cedo com os Palankalama, um quarteto dedicado à música instrumental, oriundo da cidade do Porto. As suas composições baseiam-se na música tradicional/folk de diversas regiões e imaginários. A partir das 21h sobem ao palco As Sopa de Pedra, grupo vocal feminino dedicado ao canto a capella de canções de raiz tradicional, trazendo um revivalismo da música tradicional portuguesa com o preciosismo que tanto lhe é merecido. Segue-se o espanhol Davide Salvado, uma das vozes mais carismáticas da Galiza. Autodidata, apresenta Lobos, um álbum que é uma metáfora à imagem duma Galiza pura e selvagem e é também um agradecimento a todas as mulheres fortes e anónimas que o ensinaram a ser o que é.

Chega a vez de ouvir os Dead Combo, uma das mais importantes bandas do novo panorama musical português. O seu novo disco Odeon Hotel é a síntese perfeita da portugalidade e universalidade existentes na sua música.

O festival encerra com Forró Mior. Destacados pelo jornal francês Le Monde como “uma das mais inspiradoras e frescas bandas do género”, Partem do forró brasileiro mas daí mesclam-no com outras influências musicais como a cumbia, a milonga, o swing, o samba e o jazz latino.

Em simultâneo com os concertos decorre a habitual Feira Alternativa que vai contar com cerca de quarenta expositores e inclui uma área de restauração, permitindo aos visitantes jantar e/ou petiscar, bem como o comércio de cerveja artesanal, licores, vinho, queijo, enchidos, sabonetes artesanais entre outros produtos manufaturados.

Este Festival, que cruza as sonoridades musicais folk e celta de tradição popular, tem vindo a atrair cada vez mais apreciadores deste estilo musical, pelo que promete colocar Ponte da Barca no centro dos acontecimentos desse fim de semana, no que ao norte de Portugal e à região espanhola da Galiza diz respeito.

 

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