O amor livre, a doença, a procura da felicidade ou a condição da mulher. Podem soar a temas discutidos na atualidade, mas são também alguns dos assuntos explorados por Henrik Ibsen em Espectros, a peça escrita e publicada em 1881, que Nuno Cardoso, diretor artístico do Teatro Nacional São João (TNSJ), escolheu como a próxima produção própria da Casa.
“Que herdamos nós?”, pergunta uma das personagens da peça. O Teatro Carlos Alberto recebe agora o legado de Ibsen pelas mãos de Nuno Cardoso, depois do encenador ter iniciado um percurso programático com uma reflexão sobre a revolução, através de A Morte de Danton, de Georg Büchner, passando pelo regresso à raiz portuguesa, com Castro, de António Ferreira, sem esquecer os esquemas de poder de O Balcão, de Jean Genet.
Em palco, e para expor as “atitudes antiquadas e crenças mortas” das personagens da peça, este espetáculo volta a contar com a interpretação do elenco “quase” residente da Casa. Procurando aportar uma outra dimensão à peça, Espectros integra uma componente de vídeo, da responsabilidade do realizador Luís Porto, que vai dar ao público a possibilidade de ver, simultaneamente, o dentro e o fora de cena, amplificando o que é visível ou invisível em palco.
O espetáculo vai estrear-se no próximo dia 20 de maio, no Teatro Carlos Alberto (TeCA), ficando em cena até 6 de junho e pode ser visto de quarta-feira a sábado, às 19h00, e domingo, às 16h00. A récita do dia 21 de maio contará com tradução simultânea em Língua Gestual Portuguesa, estando ainda agendada para esse dia uma conversa pós-espetáculo com o professor e dramaturgo Jorge Louraço Figueira