Entre o jazz e o gospel mais confirmações para o FMM Sines

O programa de concertos da 20.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que se realiza de 19 a 28 de julho de 2018 em Porto Covo e Sines, continua a crescer. Desta vez estamos em condições de confirmar seis grupos e artistas com origem nos EUA, Cuba, França e Reino Unido.

O grupo de avant-rock nova-iorquino Barbez, liderado pelo guitarrista Dan Kaufman, vem pela terceira vez ao FMM Sines com um disco dedicado às canções de resistência da Guerra Civil espanhola. Depois de uma atenção especial dedicada à memória judaica, corporizada em dois discos na etiqueta Tzadik de John Zorn, Barbez faz agora uma homenagem aos voluntários americanos que, integrados na Abraham Lincoln Brigade, lutaram contra o fascismo em Espanha.

Pianista, compositor, arranjador e realizador de cinema, o parisiense Chassol estreia-se em Sines com um espetáculo que junta todas as dimensões da sua criatividade. Um cineconcerto moderno, ou “ultrascore”, que sugere viagens por várias partes do mundo, de Nova Orleães à Índia. A sua incursão visual-pianística mais recente teve como destino as Índias Ocidentais, onde encheu um baú transbordante de sons e imagens para usar nas suas performances ao vivo.

Também estão confirmadas no FMM 2018 The Como Mamas, trio de gospel formado pelas irmãs Angela Taylor e Della Daniels e pela amiga Ester Mae Smith. Cantam desde pequenas numa igreja batista de Como, no Mississippi, e nos últimos tempos têm vindo a expandir o seu gospel a cappella para terrenos da soul. É assim o seu álbum “Move Upstairs”, editado em 2017, gospel com o groove e a energia de uma banda que ajuda à celebração da fé e da liberdade.

Outro destaque é a cantora, compositora e diretora coral Daymé Arocena (na foto), uma das vozes mais importantes da nova música cubana. Situada entre o jazz, a soul e influências clássicas, traz de Cuba para o FMM Sines o disco “Cubafonía“, onde conflui toda a riqueza de uma cultura sincrética na religião e na música, da santería de origem africana à rumba de origem europeia, entre o changüí de Guantánamo e o guaguancó de Havana e Matanzas.

Nos túneis do metro de Nova Iorque, onde trabalharam como buskers, ganhou calo o trio Moon Hooch, situável algures entre o jazz, o funk e a música de dança. Com um uso imaginativo de uma formação minimalista – saxofones, bateria e alguma eletrónica – Mike Wilbur, Wenzl McGowen e James Muschler são capazes de pôr a dançar a mais ampla das plateias. “Red Sky”, o seu disco mais recente, é a principal matéria-prima dos seus atuais concertos.

Sons of Kemet é uma banda britânica liderada pelo saxofonista e compositor Shabaka Hutchings. Tem elementos de jazz, rap, funk, dub, spoken word, entre outros ingredientes, cozinhados numa formação instrumental com sax, clarinete, bateria e tuba. A identidade da diáspora caribenha no Reino Unido é um fio condutor de toda a sua obra, mas no seu novo disco, “Your Queen is a Reptile”, o alvo é a monarquia britânica e o sistema opressor que simboliza.

photo: Casey Moore

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