Os Dream People acabam de lançar “People Think”, primeiro single de “Almost Young”, novo disco da banda a ser editado no próximo dia 12 de Março.
O vídeo da faixa conta com a participação do dançarino João Reis Moreira.
Depois de se estrearem com “Soft Violence” e de se apresentarem em festivais emblemáticos como o Festival Vodafone Paredes de Coura (Sobe à Vila), os Dream People lançam agora “People Think”, primeiro single de “Almost Young”, disco a ser editado dia 12 de Março.
“Hoje lançamos a “People Think”. É a música mais alegre do nosso novo disco, mas também aquela que tem a mensagem mais dura: por vezes, em certas alturas das nossas vidas, acabamos por nos esquecer daquilo que éramos na juventude. Todos temos esse medo de nos perdermos a nós mesmos e esta música acaba por refletir isso mesmo.”
É com base nesta contradição entre um passado ideal e um presente em que o sujeito se confronta com a vida desperdiçada, que João Reis Moreira – dançarino conhecido principalmente pelo seu trabalho com Conan Osiris – empresta a sua performance ao videoclipe realizado por Andreia Pereira da Silva e produzido pela Maus da Fita.
“Terminei um ano improvável a interpretar uma música imprevista, que me fez chegar a um sentido de cooperação e colaboração, mais do que nunca necessárias. Dei o corpo a esta música projectando todas as ânsias e necessidades dum ano. Dancei o empate da vontade com a apatia, corri atrás do tempo que não se agarra, até perceber que a canção falava directamente comigo: sinto a falta de tudo sobre aquele miúdo que dançava a noite inteira, porque o perdi de vista.” João Reis Moreira
“Almost Young” é acima de tudo um disco dialético. Um exercício assumido de chiaroscuro musical, em que a leveza e o amor coabitam com a dor, a perda e a solidão, muitas vezes dentro do invólucro de uma só canção. Os Dream People não renunciam a mostrar as várias cores e dimensões das suas canções, mesmo que isso implique músicas de maior duração. É aí que reside a profundidade de seu trabalho.
Em “People Think”, por exemplo, encontramos uma canção aparentemente optimista e até eufórica – reminescente os anos oitenta – mas que é acompanhada de uma letra confrontativa, em que se aponta o dedo a quem, com o decorrer da vida, se deixa tornar obsoleto. A quem com a idade adulta cai numa rotina entorpecente e perde a sua própria essência. A quem se esquece da juventude.
Photo: Bibiana Reis
