Do Canadá para Guimarães, Pierre Kwenders traz energia de várias geografias musicais

Partindo do Canadá, Pierre Kwenders traz até Guimarães a inspiração musical de múltiplas origens geográficas para, juntamente com a sua inabalável energia em palco, conquistar o público português com uma performance bastante original. Kwenders canta e faz rap em inglês, francês, lingala e tshiluba e é conhecido por misturar música africana e influências da música pop ocidental, incluindo hip-hop e música eletrónica, confluindo todas estas origens num estilo próprio que o distingue. Com passagens recentes registadas em vários eventos musicais internacionais – como o South By Southwest, em Austin (Texas) – o cantor canadiano e ascendência congolesa tem vindo a gerar ondas de entusiasmo onde quer que se apresente ao vivo.

 

Pierre Kwenders é o nome artístico do cantor e compositor José Louis Modabi, nascido em 1985 em Kinshasa (República Democrática do Congo). Tendo sido apresentado à música através do canto coral, hoje conquista o público ao cruzar diversos estilos musicais acompanhados por uma dança que mistura ritmos africanos tradicionais e modernos. O multifacetado artista que vamos poder ver em Guimarães também já firmou alguns cruzamentos com a cena artística portuguesa, tendo participado em “Capuca” dos Throes + The Shine e participado numa nova série televisiva de Branko.

Após imigrar para o Canadá com a sua mãe durante a adolescência, cedo despertou atenção generalizada com a sua participação no álbum “Havre de Grace” (2012) da Radio Radio, à qual se seguiram os EPs “Whiskey & Tea” e “African Dream” em 2013. O seu primeiro álbum de longa duração não tardou, com Le Dernier Empereur Bantou a surgir em 2014, trabalho nomeado em várias categorias de prémios de música internacionais, como é o caso do ‘Juno Award for World Music Album of the Year’, no qual integrou a lista final de candidatos, e a nomeação para o ‘Polaris Music Prize’ de 2015. A sua música Mardi Gras, fruto de uma colaboração com Jacques Alphonse Doucet (Jacobus) da Radio Radio, esteve também entre os finalistas nomeados do ‘SOCAN Songwriting Prize’ em 2015. No mesmo ano, colaborou com Boogat na faixa Londres, que integrou o álbum “Neo-Reconquista” (2015) do premiado músico canadense-mexicano, cujo estilo mistura hip-hop com estilos de música latina como cumbia e reggaeton.

O segundo álbum de Pierre Kwenders, “MAKANDA at the End of Space, the Beginning of Time”, é lançado em 2017, tendo integrado os finalistas nomeados para o ‘Polaris Music Prize’ em 2018. Com este trabalho, recolheu alargado reconhecimento internacional, tendo sido referenciado pela crítica musical especializada. “Unindo músicos de Kinshasa, Montreal e Seattle, o segundo álbum de Pierre Kwenders, produzido pela Tendai Maraire, do Shabazz Palaces, é um triunfo descontroladamente inventivo e global.”, assim é referido por Jonathan Zwickel, na Pitchfork.

A juntar à sua contínua epopeia pela música, em 2018 iniciou ainda a sua aventura enquanto ator ao participar no filme Les Salopes, or the Naturally Wanton Pleasure of Skin.

É com uma bagagem já bem recheada que agora chega a Guimarães para continuar a comprovar o poder da sua música. O concerto tem início às 21h30 na Black Box do CIAJG

 

Photo: Philippe Richelet

Partilha