Do Cairo a Bogotá… dez novas confirmações no FMM 2018

Encontros explosivos, música nova do Norte de África, grandes senhores, Bogotá eletrónica. São 10 os novos concertos confirmados na 20.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que se realiza de 19 a 28 de julho de 2018, em Porto Covo e Sines.

Konono n.º 1, grupo bandeira do som Congotronics, regressa a Sines com o novo líder, Makonda, que transporta para o futuro um legado feito de modernidade: o som distorcido dos likembés e os ritmos da fronteira entre a RD do Congo e Angola ao encontro do rock mais aventureiro. Em Sines, o convidado é Aero Manyelo, DJ sul-africano que pratica o “township electro“, house com influências de jazz.

Havana meets Kingston é um supergrupo que junta o melhor de dois mundos. Criado por Mista Savona, pianista e figura tutelar do reggae australiano, reúne músicos de Cuba e Jamaica. Roots reggae, dub e dancehall de um lado. Son, salsa, rumba do outro. A energia das linhas baixo e dos sound systems jamaicanos fundindo-se com o virtuosismo do jazz e da tradição afro-cubana.

Robert Finley, que mais de 50 anos depois de ter começado a atuar obtém finalmente o reconhecimento merecido, depois de ter sido descoberto a tocar R&B numa rua do Arkansas por um membro da Music Maker Foundation. Seguiu-se um primeiro LP, em 2016, e o convite de Dan Auerbach (Black Keys) para gravar o segundo, “Goin’Platinum!”.

Carmelo Torres, acordeonista, cantor e compositor, é um dos grandes protagonistas da cumbia sabanera, um estilo dentro da música para acordeão sabanero, conglomerado de géneros que caracteriza a zona rural de San Jacinto, sul de Cartagena, costa caribenha da Colômbia. Conhecido como “Bíblia do Acordeão“, estará no FMM Sines acompanhado pelo grupo Cumbia Sabanera.

Maryam Saleh e Maurice Louca, egípcios, e Tamer Abu Ghazaleh, egípcio de família palestina, cresceram no Cairo nos anos 90 e foram conquistando cada um o seu espaço na música árabe alternativa. A partir de um encontro numa praia de Alexandria, dedicaram três anos da sua vida a dar forma ao álbum “Lekhfa“, sobre poemas de Mido Zoheir, um dos mais talentosos poetas egípcios da sua geração.

AMMAR 808 promove uma viagem pelo Norte de África a bordo de uma caixa de ritmos vintage, a lendária TR-808. Um projeto eletrónico do produtor tunisino Sofyann Ben Youssef, com inspiração nos legados do targ, do gnawa e do raï, desconstruídos por dentro através do TR-808, do gumbri distorcido, da flauta gasbah e da gaita zokra. Folclore, mitologia, futurismo, entre o Magrebe e o espaço.

Na sua primeira digressão europeia, El Leopardo traz uma Bogotá techno a Sines. A alma é o produtor e DJ Daniel Broderick (Dani Boom), figura central da eletrónica colombiana. Techno, house, texturas dub com baixo potente e percussão colombiana. Música que lembra rituais na selva, com Pedro Ojeda na bateria, El Chongo na percussão, Daniel Mitchel no baixo e Mateo Rivano na arte visual.

Também de Bogotá, chega Meridian Brothers, uma criação de Eblis Alvarez que partiu da pesquisa em música perdida em velhas cassetes e do desejo de experimentar formas alternativas de tocar instrumentos e criar por meios eletrónicos. Folclore latino-americano, vallenatos, muitos samples, intervenções teatrais, falsas personagens. O tropical psicadélico original, pela segunda vez no FMM.

Ainda de Bogotá, estará em Sines o duo Cero39, Mauricio Alvarez e Dario Sendoya, exploradores colombianos da música eletrónica alternativa com raízes tropicais. Profundo e futurista, com uma forte componente de baixo, o seu som encontra referências na música latino-americana em geral e na afrocaribenha em particular, deambulando pelo indie-reggaeton, hip hop, champeta, cumbia e dembow.

Meszecsinka, banda de fusão folk psicadélica de Budapeste, com Annamária Oláh, cantora de extensos recursos dramáticos, Emil Biljarszki (teclas e guitarra), Árpád Vajdovich (baixo), Dávid Krolikowski (percussionista) e Karen Arutyunyan (guitarra, douduk e flauta). Uma formação onde corre sangue húngaro, búlgaro, polaco, croata e arménio e que nos guia por um território de transe.

 

 

Os concertos de Ladysmith Black Mambazo e Daymé Arocena, anteriormente anunciados, não poderão ocorrer nesta edição do festival.

Partilha