Despedidas dos Movimentos Bruxos fazem-se ao som de Judas Triste e MotoRotos no Centro Cultural Vila Flor

O Centro Cultural Vila Flor em Guimarães, oferece a possibilidade de conhecer e explorar Movimentos Bruxos no seu Palácio até ao final deste mês, apresentando nas próximas semanas uma programação especial para deixar marcas na sua despedida. Com curadoria de Ivo Martins e autoria do grupo artístico que junta Carlos Lima (1970, Cascais), Dora Vieira (1991, Barcelos) e João Alves (1983, Porto), o resultado das colaborações destes artistas é aqui apresentado sob forma de instalações imersivas, cinéticas e cénicas, desenhos, pinturas, esculturas, impressões, objetos mecânicos e falantes, sons e cheiros, que amplificam e modelam os contornos absurdos e fantásticos da realidade quotidiana.

 

Este sábado, 10 de julho, às 19h, A Oficina apresenta no Pequeno Auditório do CCVF o concerto de Judas Triste, uma banda de metatechno do Porto criada por David Machado, Dora Vieira e Nuno Oliveira para anunciar ao planeta Terra uma nova era de escuridão. Nascido nas sombras da Favela Discos, este trio profético de músicos-alquimistas transfigura a eletricidade operando com um ensemble de aparelhos eletrónicos e objetos violados mecanicamente. Entre descargas explosivas de distorção e atmosferas misteriosas, a arte implacável de Judas Triste é áspera, perversa e fortemente baseada na improvisação. No final de 2018 editaram o seu primeiro registo discográfico em cassete, homónimo, e agora preparam-se para escrever o seu segundo capítulo num 7”, intitulado de “Antropomancia” que irá ser lançado ainda este ano.

 

Às 18h, antes do concerto de Judas Triste, será apresentado o catálogo da exposição Movimentos Bruxos, numa conversa partilhada entre os artistas e Ivo Martins, responsável pela curadoria do Palácio Vila Flor. Esta publicação percorre em imagem e texto todo o processo de criação da exposição e o universo íntimo que a antecede. Um corpo vasto e raro de documentação relativo às obras e a sua criação, incluindo um conjunto de ensaios escritos e visuais que permite uma leitura ampliada sobre assuntos presentes nas obras e relacionados com o coletivo artístico.

 

No sábado, 24 de julho, os Movimentos Bruxos voltam a manifestar-se duplamente e acolhem às 11h uma Visita Orientada à exposição no Palácio Vila Flor pela mão da equipa de Educação e Mediação Cultural (EMC) d’A Oficina.

 

Ao final da tarde, pelas 19h, os Movimentos Bruxos ressurgem no Pequeno Auditório do CCVF com o concerto de MotoRotos, num momento que representa a finissage da exposição, protagonizada em palco pelo quarteto portuense de músicos-aceleras fundido em 2016 nas entranhas da Oficina Arara. Carlos Lima, David Machado, Dora Vieira e Tito Silva são os motores de combustão que a partir de instrumentos de sopro, percussão, peças metálicas, instrumentos eletrónicos e power tools traçam uma viagem musical por localidades intimistas com vista para paisagens abstratas de som e luz.

 

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