Dead Vortex + PARPAR no Sabotage

Dead Vortex + PARPAR apresentam-se ao vivo no Sabotage no próximo dia 11 de Outubro.

 

Dead Vortex é o buraco negro (ou melhor: o vórtice criado pela acção centrípeta de um buraco negro) em que o psicadélico se confunde com o stoner, o prog com o pós-rock e o jazz com a improvisação experimental. Sempre com uma abordagem de jamming, numa busca de estruturas e de formas que ecoa tanto os mantras tibetanos e os ragas da Índia como o perdido factor “garage” que marcou as bandas de guitarras nas décadas de 1960 e 70. Pelo meio, se algo faz lembrar o Miles Davis do período “On the Corner” é para logo dar lugar às emanações do deserto de uns Kyuss, às métricas hipnóticas kraut dos Can ou às abstracções tímbricas que vão distinguindo os AMM nos domínios da música exploratória.

Tudo vem a propósito e tudo é devorado pela implacável voragem de temas que são tão crus quanto ricos em parâmetros (ritmo, harmonia e melodia versus noise, noise e mais noise), com elementos sonoros a dispararem em todas as direcções – um pouco como se Morton Feldman compusesse sob o efeito de anfetaminas e as suas referências viessem do punk e não de Schoenberg ou Webern. Nesta edição dividida em duas partes, “Event Horizon” e “Redshift”, o que ouvimos sob o que mais se ouve é energia. Contida ou em explosão, são os diferentes graus da energia do universo, canalizada pelos corpos e pelas mentes de Luís Guerreiro, Jorge Nuno, André Calvário e Pedro Santo (o primeiro e o último membros do grupo de jazz eléctrico Peixe Frito, os do meio vindos da banda de psych rock Signs of the Silhouette), que vão convergindo naquilo que Roberto Assagioli chamou Síntese Suprema.

 

PARPAR é um duo de música experimental que funde free jazz com noise rock.

É uma dança entre saxofone barítono e bateria à volta de uma aldeia em destruição pelas chamas.

É com uma bipolaridade sonora e iluminações esquizofrénicas que PAR (saxofone baritono e loops) & PAR (bateria e efeitos) arquitectam um ambiente livre de clichets, com máscaras que figuram o assalto a frases repetidas ate à exaustão, por sua vez rasgadas pela improvisação absoluta, livre de cadeias ou correntes.

O duo ocupa o chão de qualquer espaço que lhe seja cedido, trazendo consigo percussões oriundas de outros pontos do planeta, amplificadores que criam paredes densas de loops pré-concebidos ou criados no momento, sopros densos e pancadas secas, ecoadas, distorcidas até se renovarem no momento puro da construção de sentido, ou ausência dele.

Formados em Setembro de 2016, provenientes de diferentes bandas e projectos musicais (Pedro Arelo (saxofone) veio de Da Monstra, João Sousa (bateria) de a-nimal, Cardíaco e outros projectos), lançam-se pelo colectivo A Besta.

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