Ao segundo dia o Festival para Gente Sentada propunha uma tarde bem passada no gnration em Braga. 4 propostas musicais distribuídas por três espaços dentro da incubadora, propunham 4 estilos e abrangências musicais diversas.
Um Festival para Gente Sentada onde os artistas durante a tarde estiveram sentados e o público em pé, excepto no concerto de Little Friend onde aconteceu o oposto.
Homem em Catarse, projecto do músico Afonso Dorido, dava inicio à tarde musical ocupando a blackbox do gnration. Afonso apresenta nas suas canções os elementos que nos rodeiam, o reflexo da Natureza, dos locais e das gentes de Portugal muita das vezes isolado.
O Bar da RUM recebia mais tarde o projecto de John Almeida, Little friend. A dualidade de sentimentos é uma contante nas canções de Little Friend. Sozinho em palco e num formato acústico, vivenciamos um percurso que culminou com “A substitute for sadness”, o disco que editou no passado mês de Abril.
No pátio interior do gnration, a inocência das canções de Bia Maria, Beatriz de nome, Maria de voz, conquista um público de se deixava envolver pela magia dos temas do disco de estreia “José”. As cores e texturas que pintam a história contada no seu disco e em palco, são condensadas numa sonoridade que tanto tem de terra-a-terra como de sonhadora, com melodias que têm origem no fado, no pop, na bossa nova e no canto popular.
A fechar a tarde, a blackbox recebia mais um nome do alinhamento, talvez aquele mais aguardado para a tarde do Festival, a Brasileira, música, artista e ativista, Bia Ferreira. Bia apresentou em palco Música de Mulher Preta, linhagem que usa para educar, consciencializar e passar informações a respeito do movimento anti-racismo no Brasil. Em conjunto com mensagens politicas e defensoras dos direitos dos negros e da comunidade LGBT, Bia apresentou as canções do disco de estreia, “Igreja Lesbiteriana, Um Chamado” , um disco controverso e carregado de mensagens sociais.
Reportagem e fotografias: Paulo Homem de Melo
