Culturgest apresenta… MDLSX de Motus

MDLSX é um dispositivo sonoro explosivo, um hino alucinogénio e solitário à liberdade de tornar-se, ao gender b(l)ending, ao ser outro para lá das fronteiras do corpo, da cor da pele, dos órgãos sexuais, para lá de uma nacionalidade imposta ou adquirida. MDLSX vai também além das categorias artísticas: é a viagem de Silvia Calderoni, que – depois de dez anos com Motus – experimenta um formato que é como um set de DJ/VJ, misturando autobiografia e evocações literárias, ficção e realidade. As obras de Judith Butler, Donna Haraway, Paul B. Preciado e outros pedaços do caleidoscópico universo queer tecem o pano de fundo desta “performance-monstra“.

Motus, fundada por Enrico Casagrande e Daniela Nicolò em Rimini em 1991, é uma companhia reconhecida pelo impacto físico e emocional das suas peças, antecipando e retratando algumas das mais duras contradições da atualidade. Representaram autores como Beckett, DeLillo, Genet, Fassbinder, Rilke ou o seu amado Pasolini, o que os conduziu à sua reinterpretação radical de Antígona à luz da crise grega. Silvia Calderoni é a sua incansável protagonista. Receberam numerosas distinções, entre as quais três prémios UBU, e apresentaram-se por todo o mundo. Estiveram em Portugal em 2011 no festival Escrita na Paisagem.

Silvia Calderoni deve ser feita de mercúrio, ou algum elemento líquido improvável que ainda não foi descoberto. Certamente que nenhum corpo de carne mortal poderia sofrer transformações tão fluidas como as conseguidas por esta performer notável em MDLSX, a peça que baralha perceções do revolucionário grupo teatral italiano Motus.

Dias 17 e 18 de Março no Palco do Grande Auditório da Culturgest em Lisboa.

 

Photo: Nada Zgank

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