Cidades, vilas e locais a descobrir durante o Caminhos do Ferro

O Caminhos – programa cultural que acontece nos municípios do Médio Tejo – apresenta-se anualmente em três momentos, unidos pelas redes viárias da região. Em Abril, o programa acompanha as linhas ferroviárias através do Caminhos Do Ferro; em Julho, segue os cursos dos rios, ao ritmo do Caminhos Da Água e, em Outubro, percorre as estradas para assistir ao Caminhos Da Pedra.

Esta iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e dos seus municípios, é também um ponto de encontro. Um encontro dos artistas com as comunidades, dos residentes com os vizinhos ou outros visitantes, da arte com o entretenimento, da cultura com a paisagem natural. E, assim, surge como um convite à descoberta destes concelhos e da sua diversidade, agora enriquecida por um programa cultural que amplia a experiência de quem os visita.

O Caminhos do Ferro – que acontece já de 13 a 15 e de 20 a 22 de abril- leva ao Médio Tejo o melhor que temos no país na música, no teatro e na dança. Mas também o que de melhor se cria, em outros países, como Brasil, Espanha ou França, com circo contemporâneo e música em português adocicado. Serão dois fins-de-semana repletos de propostas imperdíveis, todas gratuitas, que ampliarão a experiência de quem aceitar o desafio desta escapadinha.

 

Em abril, como de resto durante todo o ano, há monumentos nacionais em ilhas fluviais, como é o caso do Castelo de Almourol. Em Vila Nova da Barquinha há ainda gastronomia do rio reconhecida pela sua qualidade. Há uma Igreja Matriz em Atalaia, há um Parque de Escultura Contemporânea que convida ao fruir da natureza e do Tejo e há Pedro Jóia, Sopa de Pedra e muito mais para engrandecer a sua visita durante o primeiro fim-de-semana.

Constância é uma vila que, todos os dias, observa em silêncio o abraço de dois rios, o Tejo e o Zêzere. As ruas apertadas também fazem parte do charme desta vila que é um reconhecido pedaço de paraíso à beira rios plantado. Constância vai ter dragão com borboletas no Borboletário Tropical de Santa Margarida mas também Bruno Pernadas junto às estrelas e Shakespeare com um Romeu e Julieta cheio de doçura. E mais, muito mais.

No Entroncamento é impossível escapar aos caminhos de ferro. A voz que anuncia as viagens, diretamente da estação, ecoa por grande parte da cidade. É no Entroncamento que está sediado o Museu Nacional Ferroviário, uma verdadeira viagem de comboio feita ao rimo do passo de quem o visita. Hélder Moutinho, Ekilibuá e João Bento, trazem, respectivamente, fado, circo contemporâneo e um concerto para piscina numa actuação verdadeiramente inédita.

Em Mação, terra de tradições, há florestas e ribeiras a perder de vista e o rio Tejo que ali criou pescadores. Quando não estivermos a assistir ao brasileiro Castello Branco, a Daniel Pereira Cristo ou atrás do Dragão Tiro, podemos deliciar-nos com a gastronomia de excelência ou, entre tantas outras atrações, conhecer o Museu de Arte Pré-histórica e do Sagrado do Vale do Tejo ou então inspirar o ar junto ao Castro de São Miguel de Amêndoa, monumento nacional.

 

Teresa Salgueiro vai vaguear por todo o centro histórico de Abrantes – considerado um dos mais bonitos do país -, sem precisar sair do palco. Os Big Dancers vão colorir fachadas e, quem sabe, desafia-las a dançar. A Igreja de São João Baptista, monumento nacional, é um fôlego que se perde. E, claro, há restaurantes para confortar os visitantes entre actuações, seja na cidade ou na albufeira e periferia.

Tomar, cidade cheia de vida e atrações, recebe-nos com o rio Nabão e eleva-nos com o Convento de Cristo – Património Mundial da Unesco. Durante o Caminhos do Ferro brinda-nos ainda com actuações dos Gaiteiros de Lisboa, Hu(r)mano ou Les Chant des Pavillion.

 

O caminho parece longo mas não é, porque cada passo no Médio Tejo leva-nos a uma descoberta que não se esquece. Prova disto são os percursos desenvolvidos por quatro artistas em quatro municípios do Médio Tejo que poderá acompanhar, bastando comparecer no local e hora marcados. Caso escolha Constância, será levado por Marina Palácio a ouvir as vozes das ninfas que fazem dançar as flores e plantas. Em Vila Nova da Barquinha, Lara Soares descobriu um modo de criar um mapa que nos orienta entre o fatual e o imaginário. No Entroncamento, há as estórias de oito entroncamentenses captadas por João Bento e, em Mação, Ana Bento vai desvendar o que está além do olhar. Uma forma especial e com certeza inesquecível de descobrir estes quatro municípios, através do olhar muito próprio dos artistas do Caminhos do Ferro.

 

 

 

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