Após um ano de interregno forçado, mas nem por isso infeliz, Cati Freitas voltou aos palcos nesta quinta feira, 27 de fevereiro, onde confessou perante o público que acorreu à Casa da Música, que queria regressar de uma forma simples, e por isso optou ser acompanhada apenas ao piano por João Salcedo. A forma simples passa também pelo assumido tremido da voz quando se dirige ao público no intervalo das canções.
Mas a timidez ficou de lado e em “Jardins da Gardénia” contou com o acompanhamento do público, que com um bater de palmas ritmado brindou a artista. “Jardins da Gardénia” é uma canção que fala da beleza que é poder observar as flores e do pouco tempo que dispomos para isso.
Recupera “Barco negro”, numa versão mais contida daquela que estamos habituados a ouvir mas que fez elevar a música e melodia para outro nível.
Acompanhada ao piano por João Salcedo, também conhecido por Salsa, que ‘escolheu’ a artista para a acompanhar nesta digressão. Segunda ela, o Salsa com a sua virtuosidade ajuda- a sobressair ainda mais o seu talento. “É tão óbvio para mim que eu estou nas minhas canções” “Às vezes nas entrevistas explicam-se demasiado as coisas simples.”, remata.
Já no encore brinda o público primeiro com a canção “Estrangeira”. O título da canção tem uma longa história associada. Disseram-lhe em tempos que a música dela era para um nicho de público e que não ia vender me Portugal.
Em pequena, o pai incentiva a cantar Fado porque achava que assim, a música da Cati Freitas ia ter mais aceitação. “Para ser fadista e preciso muito mais que cantar fado.“
A cultura, a música e para quem a quiser ouvir, e não para uma elite, foi isso que a levou a escrever “Estrangeira”. E com “Estrangeira”, Salsa usou o piano para criar ritmo, batendo com o pulso na tampa do mesmo e com a mão direita deslizou pelo teclado ao ritmo de Cati encanto cantava e declamava.
Fecha o concerto com “Meu Amor”. Cati Freitas disse que não saia da sala sem colocar o público a cantar. E cumpriu….
Fotografias e Reportagem: Júlia Oliveira