“Oitenta” é o novo disco de Carlos do Carmo. Um retrospectiva da sua carreira. Sobre o disco e sobre os 80 anos do músico, a equipa da Universal Music Portugal deixou o seu testemunho:
“A idade adulta traz-nos estas coisas. Conseguirmo-nos apaixonar por alguém, estar de corpo e alma na relação, celebrar o estarmos juntos e construir uma história em conjunto.
Com o trabalho, muitas vezes, acontece o mesmo.
A experiência de trabalhar ao lado do Carlos do Carmo ao longo destas duas últimas décadas revelou-se assim. O encanto da descoberta de um disco após outro, o reconhecimento de muito saber, o testemunho de uma carreira que alguém teve a generosidade de nos incluir e fazer sentir que fazíamos parte dela.
Lembramo-nos bem das tardes que passamos a ouvir e a dissecar canção a canção dos seus discos, com o próprio, cujo maior charme passa por nos fazer sentir parte do processo, ouvir com a mesma atenção o que todos têm a dizer, como gosta de se fazer ouvir.
E assim revelou-se o charmoso.
A maior parte da equipa atual está com ele desde esse tempo, em 2000. E não são raras as vezes que nos faz sentir que preza isso. Que já teve anos suficientes para ver a indústria de música a passar por tempos difíceis, a mesma que agora se reinventa e se tornou novamente efervescente. Tendo perfeita consciência que a música que gravou e a que ainda pretende gravar não cede a modas, não se limita a formatos, faz-se com longevidade e por inteiro.
Foi nessa perspetiva que, de novo acompanhando a lucidez com que anunciou o fim da sua carreira nos palcos, de novo celebrando, desta vez o seu 80.º aniversário, pensámos em editar algo em retrospetiva. Um conjunto de quatro discos espraiando o foco principal com que sempre escolheu e cuidou do seu reportório, dando a devida importância aos autores e aos poemas, fazendo vénia ao fado tradicional que o guiou toda a vida e que lhe permitiu ser um dos mais inovadores de sempre no género.
E como o Carlos nos diz: ‘isto não é o fim’.
Estão canções novas por editar, mais umas quantas tardes a ouvi-las e a estudá-las, mais umas quantas a falar das nossas vidas e do enquadramento delas na sociedade que ele tão bem dá a voz.
Por tudo isto e pelo que ainda nos resta, obrigada Carlos!”