Caixa de Luz volta a brilhar na Casa da Música

Esta quarta tertúlia, que ocorreu ontem, 25 de setembro de 2021, contou com Maria Mendes e As Vozes da Rádio como convidados do Mestre João Gil.

A primeira parte deste espetáculo seguiu o alinhamento dos anteriores, e voltou a ser magnífico.

 

É chamada ao palco a primeira convidada da noite, Maria Mendes, que segundo João Gil, “é tão afinada que até mete nojo”. Maria Mendes refere que a canção que escolheu para interpretar com João Gil,” Ao Sul”, é uma música que a toca muito, está a residir na Holanda já há quase quinze anos, e o regressar a casa tem sempre um sabor especial.

O que Maria Mendes fez em palco foi magia pura, que voz, que talento, foi deveras arrepiante, foi perfeito! Teve direito a uma ovação estonteante.

Seguiu-se o tema “Perdidamente”, mais uma interpretação magnífica, ficamos completamente colados à sua pessoa em palco, sempre à espera do que viria a seguir, tem uma voz “do outro mundo”. Não posso deixar de aconselhar a quem não conhece o seu trabalho, a pesquisar e ouvir, não se vão arrepender.

E eis que surge o momento a solo, chama Rafael Gil ao palco, para a acompanhar no tema

Asas Fechadas”, tema indicado para o Grammy Latino, tema que teve grande impacto neste seu terceiro trabalho discográfico, este tema já havia sido interpretado pela nossa grande Amália, só que Maria Mendes deu-lhe uma roupagem totalmente diferente. E quando pensamos que já não podemos ser mais surpreendidos ficamos siderados, não só pela interpretação “fantabulástica” de Maria, como pela performance de Rafael Gil, que músico excecional, ele consegue prender-nos de tal forma, que é impossível desviar o olhar quando ele está a tocar.

No terceiro momento desta tertúlia, João Gil, conversa mais um pouco com o público, interpela Clara Casado e Bernardo, conhecidos/amigos de João Gil, que não residem no Porto e tentam explicar o fenómeno de o Porto ser uma “fábrica de génios musicais”, pede de seguida para Bernardo lhe indicar uma música que defina esta cidade. Bernardo, responde “José” de Miguel Araújo, mas como não sabe a letra, voltamos a “Porto Sentido”, cantado por Bernardo, com a ajuda do público e João Gil.

Entramos no quarto momento desta tertúlia, desta vez com os outros convidados, As Vozes da Rádio,  que interpretam os temas, “O Manto e Zorro”, foi fantástico, já não me recordava de como eles eram tão excecionais!

Segue-se o momento a solo, interpretam o tema “A janela”, explicam que este tema foi composto durante o período de confinamento, logo trata-se de “um filho da pandemia”, muito bom.

 

Chegamos ao penúltimo momento da Caixa de Luz, com o regresso ao palco de Rafael Gil, e ouvimos temas como “A Fisga”, “Senta-te Aí”, “Postal dos Correios”, “Quântica” e “Fim”.

Terminou, chama todos os convidados ao palco, sem antes agradecer a todos os que o ajudaram a  tornar possível, e cantam todos “Loucos de Lisboa”, acompanhados pelo público.

Destaco, mais uma vez, o trabalho brilhante da artista plástica, Ana Mesquita, com os excelentes cenários apresentados e que fazem esta Caixa de Luz, tão original e única, assim como a performance em palco de Rafael Gil e Maria Mendes, que foi qualquer coisa única,  magnífica, fora de série e deveras surpreendente.

Esta quarta tertúlia, surpreendeu, como as anteriores,  pelo bom gosto, pela qualidade a todos os níveis. Nós, portugueses, somos ótimos criadores e temos de aprender a valorizar mais o que é nosso.

Fazemos todos parte da Caixa de Luz, todos nós podemos brilhar, só depende de nós.

Reportagem: Ana Cristina
Fotografias: Sergio Magalhães

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