Com uma presença cada vez maior e mais forte no coleccionismo atual, o desenho volta a estar em destaque através dos projectos de artistas nacionais e internacionais na 2ª edição da Drawing Room Lisboa, de 10 a 13 de Outubro, na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Uma das novidades da 2ª edição da Feira recai sobre um espaço que destaca a qualidade e diversidade que caracteriza um contexto artístico latino-americano, o argentino. Segundo a Comissária e curadora independente, Deborah Reda, com o Foco Argentino, representado por cinco prestigiadas galerias de Buenos Aires, “procurou-se sintetizar o desenho contemporâneo argentino através de 5 exemplos, de 5 artistas com um solo project. Destacando a importância da linha no universo do desenho, identificar, como um fio se pode converter num desenho, como as colagens de Hernán Paganini, representado pela Quimera Galería, ou como o desenho pode ser o contorno das composições cromáticas das paisagens oníricas de Paula Otegui representada pela Pabellón 4”.
Como se pode desenhar a partir de um plano, de cor, como são exemplo as colagens de Julia Masvernat representada pela galeria Gachi Prieto, ou a gravação em relevo de Matias Ercole de Miranda Bosh Gallery. E como, ao contrário, a linha vai construindo um plano, e as obras coloridas do mestre Eduardo Stupia, podem parecer monocromáticas aos olhos do espectador.
A estas galerias juntam-se, no programa geral da feira, outras de Lisboa, Porto, Açores, Espanha, Japão, Colômbia, Moçambique e Brasil, numa selecção que coube a Mónica Álvarez Careaga, directora da Feira, e ao Comité Consultivo da Feira do qual fazem parte Elsy Lahner, Curadora de Arte Contemporânea da Albertina Museum (Viena), Inmaculada Corcho, Directora do Museu do Desenho ABC (Madrid) e Manuel Navacerrada, coleccionador.
Pela primeira vez estarão presentes, de Lisboa, as galerias Bruno Murias, que exibe a obra de cinco artistas, Filomena Soares, com nomes como Helena Almeida e Pedro Barateiro, Valbom, com uma proposta monográfica dedicada a Júlio Pomar, e UMA LULIK, com a obra de 3 artistas, da qual destacamos o artista tunisino Nidhal Chameck, que se juntam à galeria Galeria 111, Miguel Nabinho, Monumental, Carlos Carvahlo, Arte Periférica e Módulo, participantes na 1ª edição da Feira e onde se destacam artistas como Cristina Lamas, Lourdes de Castro, Ana Jotta, Luisa Cunha, Pedro Cabrita Reis, João Távora ou Bárbara Assis Pacheco.
Do Porto, para além da Pedro Oliveira, que apresenta um projecto com os principais nomes da sua galeria, duas novas Galerias, a KUBIKGALLERY e a SALA 117.
Ponta Delgada marca uma vez mais presença com a Fonseca Macedo.
Integram a lista de galerias internacionais, a Siboney (Santander, Espanha), Silvestre (Madrid, Espanha), GALLERY KITAI (Tóquio, Japão), Adrián Ibáñez (Colômbia), KULUNGWANA (Maputo, Moçambique) e RV Cultura e Arte (Salvador, Brasil), para além das cinco Galerias Argentinas.
O Programa Europa – Convidados Institucionais, pela Fundação EDP, que trará a Lisboa Directores de Museus e de Colecções Europeias, está também confirmado para esta nova edição da Feira de Arte Contemporânea.
À semelhança da edição de 2018, a Drawing Room Lisboa pretende ainda destacar o trabalho criativo dos artistas e a contribuição das instituições que apoiam o desenho contemporâneo através da atribuição de vários prémios, do qual se destaca o Prémio Novo Talento Desenho – Drawing Room Lisboa & Viarco, que incluiu uma residência artística na Fábrica, em São João da Madeira, atribuído em 2018 à artista espanhola Irene González.
O programa paralelo da Feira contará com uma série de iniciativas, entre as quais se destacam conversas em torno do coleccionismo do desenho contemporâneo, do desenho contemporâneo argentino, exposição e um programa de visitas ao acervo de desenho de instituições nacionais