“Amparo”, de Carlos Sanches entorna vulnerabilidade no sentido mais humano da palavra.
Com delicadeza e minimalismo musical expressa sentimentos universais:
carência, impotência, amor, passado e futuro. Amparo é um pedido de afecto de fio a pavio. O uso de instrumentos de cordas é o que, para além da voz doce de Carlos junto de certa sinfonia e piano, caracteriza a composição do registo.
Talvez falte mais firmeza e certeza no pedido desse Amparo e nas constatações que surgem como estrelas de constelações no escuro.
“45 graus” é bastante interessante a nível lírico e melódico: fala de alguém que não sabe se entorta por natureza ou defeito de agudeza.
A canção “Berço“, dueto com voz feminina em português, é absolutamente bela pela sua serenidade ao transpirar carinho nos olhos de quem vê o outro.
“Eu ando com a esperança de me resolver”
“Eleva-me que eu não fico direito, tenho uma dor aguda, não quero mais curvar”
Um EP ideal conectar com as emoções sem conclusões. É o mesmo que abrir os braços.
Magda Costa