A noite de Songs For Shakespeare na Casa da Música

Ontem, dia 2 de fevereiro, pelas 21:00, a Sala Suggia, foi palco de um Concerto inolvidável, uma performance tal, que eu receio não conseguir descrever, de tão única e especial que foi. Assisti a uma interpretação dos OGRE, projeto formado pela cantora Maria João, João Farinha, nas teclas e sintetizadores e André Nascimento, no Laptop e electrónica.

 

Quando ouvimos o nome Maria João, a primeira ideia que nos vem à cabeça são as suas fabulosas interpretações, com Mario Laginha, esqueçam, não tem nada a ver. Este projeto mantém-se dentro do jazz, mas em moldes diferentes, utiliza a tecnologia eletrónica, o que faz com que tenha uma sonoridade completamente diferente.

Songs For Shakespeare, o nome do Concerto, consiste na leitura, por parte do conhecido ator, André Gago, de alguns trechos, das obras de Shakespeare, seguidos de uma fantástica interpretação por parte de Maria João, dos temas misturados, e com uma roupa diferente, concebidos por João Farinha, quase na sua totalidade.

 

A sonoridade é fantástica, os músicos são excelentes, destaco o baterista, que é sublime, assim como a sonoridade dos violinos e do violoncelo. Os arranjos, da parte eletrónica são excelentes. André Gago enquadra-se perfeitamente, e a Maria João é a Maria João, tão única, que tem uma voz tão poderosa, tão inimitável, que tem um alcance, que parece que nunca mais acaba. A Maria João tem, para além da voz, uma forma de se apresentar e estar em palco, que são verdadeiramente fora dos padrões a que estamos habituados a assistir, e muito poderosas, o público fica de tal forma envolvido e concentrado, que parece que está à espera da sua deixa, para entrar em cena.

 

Destaco todo o espetáculo em si, por ser diferente, por ser envolvente, pelos músicos excecionais que estiveram em palco. Mas, o sambinha, foi muito bom, e as interpretações de “Willow”,  e “The Tempest”, são excecionais. A orquestradora, Sara Ross, não foi esquecida, e foi chamada ao palco, pelo magnífico espetáculo que desenvolveu.

A sala suggia, da Casa da Música, aplaudiu de pé e de forma estrondosa este excelente Concerto, que introduziu o público numa atmosfera, verdadeiramente, incomparável.

A não perder.

 

Reportagem: Ana Cristina

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