Nos dias 1 e 2 de novembro, Anne Teresa Keersmaeker e Salva Sanchis apresentam em estreia nacional, no Teatro Rivoli, o espetáculo “A love supreme”, a partir da obra homónima de John Coltrane, Foi a partilha do mesmo fascínio pela emblemática obra de Coltrane, que levou os dois coreógrafos – que colaboram desde 2005 – a criar este quarteto.
Nesta peça musical de 1965, Coltrane e os seus músicos desenvolvem uma estrutura melódica enganadoramente simples para permitir uma completa – e até complexa – liberdade de improvisação, destruindo os limites impostos para cada registo musical.
Esta nova versão do trabalho, que é originalmente de 2005, é interpretada por quatro jovens bailarinos, entrelaçando a composição e a improvisação num só
Em 1980, Anne Teresa De Keersmaeker, após estudar dança no Mudra School in Brussels and Tisch School of the Arts em Nova Iorque, criou o seu primeiro trabalho, “Asch”. Três anos mais tarde, criou a companhia Rosas, em Bruxelas, enquanto trabalha na emblemática peça “Rosas danst Rosas”. Desde então, as suas coreografias foram vistas como meios para analisar a relação existente entre dança e música. Criou, com a sua companhia, um amplo corpo de trabalho, envolvendo as estruturas musicais de vários períodos, desde a música antiga às expressões mais contemporâneas e populares.
Já Salva Sanchis, mudou-se para a Bélgica em 1995, com o intuito de estudar na P.A.R.T.S., onde integrou a primeira geração de estudantes desta escola. Desde 1998, foi autor de cerca de 20 peças, desenvolvendo trabalho caracterizado pelo diálogo entre a improvisação e o vocabulário de cena, sempre com uma ligação vincada com a música. Mais tarde, em 2003, integra a companhia Rosas, sendo este o ponto de partida para a colaboração com Anne Teresa De Keersmaeker, o que resultou nos projetos “Desh”(2004) e “A Love Supreme” (2005).
“A love supreme“, de Anne Teresa Keersmaeker e Salva Sanchis, será apresentado em estreia nacional, no Teatro Rivoli, nos dias 1 e 2 de novembro, às 21h00.
photo: Anne Van Aerschot
