A longa vida fora das trevas dos Bauhaus… a fechar o EDP Vilar de Mouros

O ano de 2019 ficou marcado pelo regresso dos Bauhaus. Peter Murphy, Daniel Ash, Kevin Haskins e David J davam uma nova vida à banda surgida em finais dos anos 70 em Northampton.

Este regresso a Portugal, a fechar o último dia do EDP Vilar de Mouros, era mais que esperado pelos milhares de fãs, que aguardaram desde o final da tarde na front row do palco, sobrevivendo às luminosidades do rock dos Blind Zero e The legendary Tigerman.
Debaixo de uma aurea sombria, nublosa e marcadamente misteriosa, os 4 elementos surgem em palco debaixo da batuta de Peter Murphy, assumindo uma postura de principe das trevas.

E foi das trevas que surgiram as primeiras ilustrações sonoras com “Rosegarden Funeral of Sores”, um original de John Cale a que se seguiram os não menos densos “Double Dare” ou “In the Flat Field”.

Entre penumbras e o falso nevoeiro que camuflava a banda, os fãs aguardavam pelo ‘culto gótico’ que tardava em chegar, e onde pelo meio a pop mais industrial da banda marcou paço com “she’s in Parties” e “Kick in the Eye”, ao que surgiram de seguidas os primeiros acordes de “Bela Lugosi’s Dead”. O concerto entrava numa segunda espiral onde temas como “Silent Hedges, “The Passion of Lovers”, a sempre enigmática “Stigmata Martyr” sem esquecer a “Dark Entries” a fechar o concerto (antes do encore refira-se), deram um novo sentido de vida aos milhares de assistiam ao culto sonoro debaixo da bengala de Murphy.

Para o encore as merecidas homenagens deste regresso à vida dos Bauhaus. “Sister Midnight” e o agradecimento a Iggy Pop, “Telegram Sam” a recuperar um clássico dos T-Rex e a fechar, a homenagem a um companheiro de Iggy Pop, David Bowie, transvestido em “Ziggy Stardust”, numa das faixas que sempre marcou a banda de Peter Murphy, Daniel Ash, Kevin Haskins e David J.

Fotografias: Paulo Homem de Melo

Reportagem: Sandra Pinho

Partilha