“A Filha de Cayetana”… a história da filha negra adoptada pela Duquesa de Alba

A Casa das Letras acaba de editar “A Filha de Caeytana”, a história verdadeira da filha negra adoptada pela Duquesa de Alba na Espanha do século XVIII, um romance histórico escrito pela uruguaia Carmen Posadas (escritora de sucessos como Pequenas Infâmias).

María del Pilar Teresa Cayetana de Silva y Álvarez de Toledo era uma “estrela” na corte de Carlos IV. Protagonista de uma vida de excessos, era excêntrica, osbtinada e livre, tal como o foi uma sua descendente, a 18.ª Duquesa de Alba que, morreu, em 2014, depois de sucessivos escândalos nas revistas cor-de-rosa, o último dos quais o casamento com o jovem motorista, aos 85 anos.

 

Musa de Goya, Cayetana tinha uma saúde frágil, era casada com um primo que não lhe ligada nenhuma e como não podia conceber filhos, adoptou uma menina de raça negra, María de la Luz Álvarez de Toledo, de olhos cor de esmeralda, a quem deixou em testamento a sua fortuna (documento que ainda existe), mas sobre quem pouco se sabe .Julga-se também que seja ela a mulher representada no famoso quadro de Goya, A Maja Nua, que pode ser visitado no Prado, visto que ambos foram muito amigos e o pintor nutria por ela enorme paixão. Uma aguarela em que Cayetana surge com a menina nos braços é outro dos documentos que sustentam esta história.

Foi a partir destes episódios que a escritora uruguaia, radicada em Espanha, Carmen Posadas, relata as peripécias das duas mães: a adoptiva com os seus amores e dramas na corte e a biológica, a cubana Trinidad, que, sendo escrava em Espanha, luta por encontrar a bebé que lhe foi retirada após o nascimento.

 

Carmen Posadas vive em Madrid desde 1965, embora tenha passado longos períodos em Moscovo, Buenos Aires e Londres, cidades onde o pai exerceu cargos diplomáticos. Começou por escrever para crianças e, em 1984, recebeu o Prémio do Ministério da Cultura espanhol para o melhor livro infantil desse ano. É ainda autora de ensaios, guiões de cinema e de televisão, de relatos e de vários romances, entre os quais se destaca Pequenas Infâmias, galardoado com o Prémio Planeta de 1998, e que foi objeto de críticas excelentes no The New York Times e no The Washington Post. Os seus livros foram traduzidos em 23 línguas e são publicados em mais de 40 países. Em 2002, a revista Newsweek aclamou Carmen Posadas como “uma das autoras latino-americanas mais relevantes da sua geração”.

 

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