20 anos depois os Limp Bizkit regressam a Vilar de Mouros

Consensualidade nunca foi um atributo procurado pelos Limp Bizkit, eles que têm a insubmissão tatuada no corpo e na alma. Portugal não ficou indiferente ao fenómeno que marcou a última década do último milénio e rendeu-se ao sucesso e à virulência das letras, aos riffs e aos scratches dos Limp Bizkit.

Foi aliás no nosso país – mais precisamente no reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, em Lisboa – que os norte-americanos rodaram um dos seus mais famosos videoclipes, o do tema “Boiler”, em 2001, depois de no ano anterior se estrearem ao vivo no já extinto Festival Ilha do Ermal, em Vieira do Minho. Seguiram-se dois concertos ainda em 2001 no então Pavilhão Atlântico, onde voltariam a actuar em 2010, já com Gold Cobra – o sucessor de “Results May Vary” (2003) – debaixo do braço. O último concerto em Portugal aconteceu no Rock in Rio, em 2012.

Os Limp Bizkit começaram a dar nas vistas em 1995 com a demo Mental Aquaducts que passou de mão em mão ao ponto de os ter levado a integrar uma digressão com os House of Pain e de terem feito a primeira parte dos Korn no extinto Dragonfly Bar, em Hollywood. A partir desse momento não demorou muito para que a banda de Filadélfia assinasse o seu primeiro contrato e trouxesse para as ruas o álbum Three “Dollar Bill Y’All” (1997), uma entrada a pés juntos na cena rap-metal incendiada pela versão de Faith, de George Michael, música que estourou nas rádios americanas e que puxou Durst, John Otto, Sam Rivers, Wes Borland e DJ Lethal para o palco do Ozzfest, em 1998.

Seguiu-se “Significant Other” (1999), o disco da afirmação absoluta dos Limp Bizkit e número 1 do top Billboard 200, ultrapassando a marca das mais de dezasseis milhões de cópias vendidas em todo o mundo. A consagração comercial deveu-se em grande parte a malhas como Nookie, Break Stuffou Re-Arranged, marcas icónicas do nu-metal.

Embora os Limp Bizkit nunca tenham granjeado a simpatia absoluta dos media, a crescente corrente de fãs e o sucesso de vendas falaram mais alto do que qualquer crítica e o público acolheu de braços abertos e com naturalidade o terceiro álbum de originais, “Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavored Water” (2000). “Rolin’”, “My Way” ou “Take a Look Around” mostraram o porquê do disco ter chegado ao primeiro lugar das tabelas de vendas em vários países, catapultando-os do movimento nu-metal de onde vinham, para o mainstream à escala planetária que os consagrou como uma das maiores bandas do mundo.

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